CCJ rejeita recurso de Cunha, e processo de cassação vai ao plenário da Câmara

By | 18/07/2016 8:40 am

(Veja comentário no final)

A maioria dos membros da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara rejeitou, nesta quinta-feira (14), o recurso contra o processo de cassação do mandato do ex-presidente da Câmara e deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A ação segue agora para o plenário da Casa, ainda sem data definida para ser votada. Cunha declarou que vai recorrer da decisão.

Sob o olhar de Cunha, que estava presente à sessão, 48 integrantes do colegiado votaram contra o parecer do relator Ronaldo Fonseca (Pros-DF) e 12 foram favoráveis. A votação foi realizada depois de ter sido adiada por duas vezes.

Na semana passada, Fonseca apresentou seu parecer, acatando um dos pontos do recurso de Cunha em relação a supostas irregularidades ocorridas na votação no Conselho de Ética da Casa e pediu a anulação do pleito. Segundo ele, a chamada nominal feita pelo presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), foi “ilegal”.

Assim como nas duas sessões anteriores, Cunha compareceu hoje à reunião para fazer sua defesa pessoalmente. Cunha reafirmou que é alvo de um “julgamento político em um processo jurídico”. “O que está sendo feito aqui é uma violência jurídica, uma violência regimental e uma violência constitucional”, se defendeu.

Há um mês o Conselho de Ética aprovou, por 11 votos a nove, a cassação de Cunha por quebra de decoro parlamentar. Cunha é acusado de mentir na extinta CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras ao negar ter contas no exterior. Posteriormente, a Procuradoria-Geral da República confirmou a existência de contas na Suíça ligadas a ele e a seus parentes. Cunha nega ser o titular das contas.

Depois da rejeição do parecer de Fonseca, o presidente da CCJ, Osmar Serraglio (PMDB-PR), nomeou outro relator, o deputado Max Filho (PSDB-ES), que recebeu o apoio da maioria dos integrantes do colegiado.

Minutos depois e baseado no texto de um voto em separado apresentado anteriormente por José Carlos Aleluia (DEM-BA), Max Filho apresentou seu parecer favorável ao prosseguimento do processo.

“Voto pelo não conhecimento dos recursos […] para manter a decisão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que julgou procedente a representação”, disse.

“Isso é uma vergonha e quero repudiar isso”, respondeu Cunha, criticando as rasuras feitas pelo relator no texto de Aleluia.

Colocado em votação, o relatório foi aprovado por 40 membros da comissão; 11 foram contrários.

A ação segue agora para o plenário da Câmara, onde serão necessários ao menos 257 votos para aprovar a cassação do mandato de Cunha.

Na madrugada de quinta-feira, momentos depois de ser eleito presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse que colocará a ação contra Cunha em votação no plenário quando houver “quorum adequado”.

“Uma votação como essa tem que ter quorum elevado. Se houver 300 deputados (de 513), a imprensa pode dizer que o presidente ajudou ou prejudicou o Eduardo. Então, isso ocorrerá no momento certo e com quorum adequado”, adiantou.

O plano contraria o desejo de Cunha, que vinha trabalhando para que seu futuro político fosse decidido com o menor número possível de deputados presentes, panorama que aumentaria as suas chances de salvação.

“Uma votação como essa tem que ter quorum elevado. Se houver 300 deputados (de 513), a imprensa pode dizer que o presidente ajudou ou prejudicou o Eduardo. Então, isso ocorrerá no momento certo e com quorum adequado”, adiantou.

Especulava-se que, caso vencesse a disputa, o candidato favorito de Cunha, Rogério Rosso (PSD-DF), atendesse ao pleito do aliado, de promover a votação com poucos parlamentares no plenário o que facilitaria a absolvição de Eduardo Cunha. (LGLM)

Comentário do programa – Parece que o astral de Eduardo Cunha está baixo, já que acumula uma derrota atrás de outra no Congresso. A cassação do seu mandato, cada vez mais provável, certamente vai refletir negativamente no prestígio do seu grupo, dentro do qual se insere o deputado Hugo Motta que tem defendido caninamente o ex-presidente da Câmara. (LGLM).

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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