Procurador da prefeitura tenta justificar o injustificável.

By | 09/08/2016 2:45 pm

Em release distribuído pela Assessoria de Comunicação da Prefeitura, o procurador da Prefeitura de Patos tenta justificar o ato arbitrário da administração municipal de retirar, do antigo Terreiro do Forró, o material ali colocado pela Construtora Hema para iniciar obras em um terreno que lhe pertence por todos os títulos de direito. Não discutimos a questão jurídica das pretensões da Prefeitura em desapropriar o terreno. O que preocupa é a insensibilidade, que raia à incompetência administrativa de insistir em manter naquele local um evento da envergadura que tomou o nosso São João. Se o local parecia ideal alguns atrás, hoje é absolutamente inadequado para o fim a que se propõe. A não ser que se pense que as administrações a que serve vão conseguir paralisar o crescimento da cidade. Qualquer pessoa que tenha se deslocado até o local durante a realização do evento, este ano, pode constatar que o local já se tornou insuficiente para o tamanho da festa. Por outro lado, qualquer pessoa, que entenda o mínimo de segurança em grandes concentrações de público, pode avaliar o risco que corre a multidão que durante cinco, oito ou dez dias acorre aquele local. Qualquer tumulto tornará aquele local um verdadeiro inferno. Um “estouro de boiada” provocará consequências inimagináveis, como todo mundo querendo se evadir do local, sem que haja saídas disponíveis para todo mundo.Só um louco desejaria que acontecesse isso, mas não custa prevenir para evitar que isso aconteça. As quatro laterais do terreno são tomadas pelos palcos, pelos camarotes e pelas barracas de vendas de bebidas e comidas. Por onde correr diante de qualquer perigo, existente ou imaginável? Se numa boate com algumas centenas de pessoas no Rio Grande do Sul, imaginem numa festa que reúne quarenta ou cinquenta mil pessoas. Quem me chamou a atenção para o risco de um incidente no local onde se realiza o São João, foi um conterrâneo nosso que durante muitos anos prestou serviços à Petrobrás. justamente na área de segurança. Conversando com ele durante um dos dias do São João deste ano, naquele local, quando a festa ainda não estava no auge,  ele me mostrou os problemas existentes no local. Várias das ruas pelas quais o público poderia se evadir estavam interditadas até para os moradores. Três dos lados do Terreiro tomadas por estruturas de grande porte, camarotes e palcos, e um lado ocupado por duas ou três fileiras de barracas de comes-e-bebes. Para entrar paulatinamente, o acesso é fácil. Para saírem todos de uma vez, diante de um tumulto qualquer, não haveria espaço suficiente de evasão.

Está na hora de se providenciar um outro local para servir de Terreiro do Forró. A cidade está em expansão e tem muito terreno disponível onde se pode fazer uma “arena” para a realização de eventos de grande porte. Cidades de porte menor do que Patos, como Caicó, já dispõem de locais espaçosos capazes de conter qualquer tipo de evento, social, político ou religioso. E não custa caro construir estes espaços que podem ir sendo edificados aos poucos. Inicialmente basta terraplenar um terreno, asfaltá-lo e dotá-lo de iluminação. O Terreiro do Forró não tem mais do que isso. É só escolher um terreno com fácil acesso e dotá-lo do mínimo de estrutura. Há que construir, por exemplo, banheiros  mas isso pode ir sendo providenciado aos poucos, afinal, o Terreiro do Forró não os tem, e o que se gasta em locação de banheiros químicos já dava para fazer dezenas deles a cada ano.

Basta de desculpas esfarrapadas e de “empurrar com a barriga” um problema que há muito devia ter sido resolvido.  Só insiste em manter o “terreiro” naquele local, quem não acredita no progresso da cidade e dos seus eventos.  Acena-se com uma desapropriação do atual terreno, pagando preços de mercado. Com a valorização do local, a prefeitura gastaria dinheiro suficiente para adquirir outro terreno e dotá-lo de uma infraestrutura mínima. O procurador afirma, segundo o “release” , que o Terreiro do Forró tornou-se patrimônio cultural da cidade, esquecendo que o evento é que seria patrimônio cultural, não um terreno sem nenhum edificação.’

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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