A surpreendente vitória de Dinaldinho.

By | 02/10/2016 10:34 pm

 

 

O PMDB tudo fez para evitar uma vitória de Dinaldinho. Descartou Francisca Motta achando que Nabor Wanderley era o único candidato capaz de derrotar Dinaldinho. Montou carreatas homéricas, convocando aliados das cidades vizinhas para engrossar suas fileiras, distribuindo combustível, cerveja e dinheiro para trazer gente para as ruas. A carreata deste sábado, véspera das eleições foi uma das maiores já vistas em Patos, mas totalmente artificial. O povo que olhava de fora, sem muito entusiasmo, sabia que tudo aquilo era fabricado. Mas os apaixonados peemedebistas pensavam que enganavam o povo, mas estavam enganando a eles próprios. Enquanto isso, as carreatas e passeadas promovidas por Dinaldinho eram 0800, ou seja sem gastar com nada, até por que os recursos de campanha eram minguados e não contavam com a máquina. Aliás, o afastamento de Francisca Motta da prefeitura na reta final da campanha, talvez tenha sido a “pá de cal”, na candidatura de Nabor.  Sem a máquina da prefeitura tiveram que ir buscar recursos noutras fontes e estes recursos não foram suficientes para dominar o desejo de mudança da população. Parece que os eleitores “ferraram o boi e votaram no padre”.

Mas o que mais movia o grupo que até agora dominava o poder municipal, não era tanto a continuidade no poder, quanto o medo de que a prefeitura caísse nas mãos dos seus adversários, que certamente farão uma devassa na atual administração, verdadeira caixa-preta que tem tirado o sono da equipe petista, que ocupa o poder interinamente. Afinal para começar a administrar Dinaldinho tem que saber com que máquina conta e de que recursos pode dispor. Se Francisca Motta reassumir o poder, sua equipe certamente terá muito trabalho para “arrumar a casa” antes que os tradicionais adversários a assumam.

Pela amostra do que foi encontrado pela administração interina, há muitas “gorduras” a cortar, principalmente na folha de pagamento, o que ajudará o futuro administrador a arrumar a casa. Claro que os problemas são muitos, mas nada que com critério no uso dos recursos, com criatividade na utilização dos equipamentos já existentes, na honestidade da aplicação dos recursos financeiros não possa ser resolvido.

O lema da campanha de Dinaldinho foi a mudança. E parece que o povo de Patos também entendeu que precisava mudar. Os peemedebistas temerosos de perder a “boquinha” se esgoelavam e arrotavam importância e invencibilidade. Os partidários de Dinaldinho formavam uma maioria silenciosa que só saía às ruas nas eventuais passeatas e carreatas e sem muito tumulto. E o silêncio da maioria predominou até o dia da eleição. Nos cinquenta anos em que acompanho campanhas políticas em Patos nunca vi um dia de eleição tão silencioso quanto o deste ano. Parecia um Dia de Finados. Um ou outro barzinho aberto, alguns poucos frequentadores, mas sem muita bagunça. O resto era silêncio. No final da tarde, quando em outras eleições os peemedebistas tomavam conta das ruas do centro, quase ninguém se encontrava nelas. O silêncio intrigou muita gente. A explicação começou a aparecer quando foram divulgados os primeiros resultados das urnas. Dinaldinho ganhou em quase todas as urnas e a maioria foi crescendo até chegar aos 5.120 votos da maioria (26.840 a 21.740). Foi quase uma coincidência invertida. Em 2012, Dinaldinho perdeu para Francisca Motta por uma diferença de 5.018 votos (28.407 a 23.389), num eleitorado um pouco maior do que o de hoje. Como diz a velha escrita, o derrotado de ontem seria o vitorioso de hoje.

Dinaldinho na primeira manifestação depois de eleito, ao microfone da Rádio Espinharas, fez um apelo pela união da comunidade, afirmando que não era mais o prefeito dos “amarelinhos”, era o prefeito de todos os patoenses. Resta-lhe montar uma equipe de trabalho disposta a dar o melhor de si pela nossa cidade, colocando os interesses da comunidade acima dos próprios interesses. Promovendo a mudança para a qual a maioria dos patoenses lhe deu o voto de confiança. Que venha a mudança de que Patos tanto precisa! Que saiamos das colunas policiais para as colunas do progresso e do desenvolvimento, destino que sempre foi inegavelmente o nosso.

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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