Governo entra em campo para mostrar que não está abatido com o “efeito Cunha”

By | 22/10/2016 10:36 pm

 

(Veja comentário no final)

O governo Temer e os políticos de um modo geral continuaram “cheios de dedos” para comentar a prisão de Eduardo Cunha. De volta da Índia e do Japão, o presidente, via novo porta-voz, Alexandre Parola, limitou-se a dizer que o encarceramento do ex-presidente da Câmara não afeta a agenda do país e que jamais interferirá na Operação Lava-Jato. O Congresso, mais do que nas quintas-feiras habituais, esteve oco de parlamentares – e especialmente de opiniões sobre o antigo colega e líder.

A realidade, porém, é distinta: o clima no universo político continuou variando entre a apreensão e o puro medo. De um lado, pelo que Cunha pode fazer e delatar, ainda mais depois da notícia que o ex-deputado contratou para reforçar sua defesa um advogado especializado em delação premiada. De outro, porque se teme que o pânico paralise o Congresso e atrase a votação dos projetos da área econômica. O atarantado dos deputados e senadores na quarta-feira assustou. Parecia um bando de fantasminhas com medo do fantasmão que pode se materializar em Curitiba.

Os movimentos do mercado financeiro na terça, especialmente a subida dos juros mesmo após a queda de taxa básica em 0,25% ponto percentual determinada pelo Copom na quarta-feira, pode está sendo visto como um sinal de que os meios econômicos começam a se assustar (e a se proteger) com esse possível atraso nas decisões do Congresso.

Em algum sentido pode estar aí, inclusive, a explicação para a volta antecipada do presidente Michel Temer de sua viagem ao Exterior. O governo precisa concentrar forças para tentar abafar os efeitos negativos da prisão de Cunha. Agora, mais do que nunca é necessário votar na semana que vem, de preferência tão logo na segunda-feira, 24, como está programado, o segundo turno da PEC do Teto de Gastos e encaminhar o projeto imediatamente para o Senado. E ganhar de novo na Câmara com mais que os 366 votos do primeiro turno.

Temer, inclusive, está convidando os deputados aliados para uma conversa na segunda-feira pela manhã no Palácio do Planalto, numa espécie de “reunião de Trabalho”, para tê-los cedo em Brasília. Como já o fez com sucesso na véspera da votação do primeiro turno com um jantar festivo no Palácio da Alvorada. Na noite de segunda é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, quem oferece um jantar para cerca de 400 deputados, com direito a presença de Temer e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

O governo, para mostrar também que a “síndrome Cunha” não vai afetar de forma alguma sua disposição de agir na frente econômica, deve precipitar as reuniões de debate dos termos do projeto de reforma da Previdência, com a convocação dos encontros prometidos – e adiados – com as lideranças sindicais e empresariais. Não será surpresa se a proposta oficial estiver pronta para ser mandada para o Congresso em pouco mais de uma semana.

A ordem em Brasília é não mostrar abatimento nem sofrer por antecipação com as acusações que se teme Cunha pode lançar sobre peemedebistas e aliados do presidente se resolver destravar sua bomba relógio. Segundo o “Valor Econômico”, o ex-deputado disse a seus advogados que precisa falar e vai falar.

Comentário do programa –  E daqui prá lá, haja Rivotril e Lexotan. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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