Constituição garante o sigilo da fonte, por isso o jornalista tem que zelar pelas boas fontes.
Somos do tempo em que a água que se bebia em Patos era tirada de cacimbas existentes no leito do Rio Espinharas. E todo mundo zelava por estas fontes de água potável. Ninguém ousava tomar banho em uma destas cacimbas. Anos depois quando comecei a praticar o jornalismo, aprendi outra lição. A gente tem que zelar também pelas fontes de informação. Se eu não zelar por ela hoje, amanhã ela pode “secar”. Por isso, muitas vezes, nós jornalistas divulgamos uma informação sem citar a fonte onde a conseguimos. Isto, inclusive, é assegurado pela Constituição Federal. É o chamado sigilo da fonte. Claro, que antes de divulgarmos uma notícia destas, procuramos nos assegurar de que a notícia tenha boa procedência. Se a fonte é de nossa absoluta confiança, nós divulgamos a notícia sem medo. Se não, uma medida preventiva é tentar checar a informação com outras fontes, que nos sejam também confiáveis. Caso contrário, dependendo do interesse da informação, assumimos que se trata de boato, usamos o condicional e outras formas de prevenir o leitor/ouvinte/telespectador.
Muitas vezes, porém, recebemos uma informação, com aparência de verdadeira, mas que é na realidade, uma “plantação” de notícia. Por exemplo, quando está se montando um secretariado ou ministério. Alguém quer se insinuar para determinado cargo e começa a confidenciar a jornalistas amigos que foi sondado para um cargo. É a história do “se colar, colou”. Se o jornalista divulga a notícia, aquilo pode influir no espírito do governante e o “plantador” pode terminar nomeado. Conta-se até uma história que teria acontecido com Tancredo Neves, político mineiro dos mais ardilosos. Um determinado político procurou o presidente eleito e lhe disse que os amigos estavam perguntando se era verdade que ele tinha sido sondado para determinado cargo. E perguntou a Tancredo: “O que é que eu respondo a eles”. Tancredo, mineiramente, respondeu: “Diga que foi convidado, mas não aceitou”.
Mas, por falar em zelar pelas fontes. Fiquei curioso pelo fato de a vereadora Lucinha do PCdoB vir fazendo críticas sistemáticas ao prefeito interino Lenildo Morais. Procurei saber por quê. Uma das respostas que ouvi foi que ela estaria inconformada pelo fato de quatro “fantasmas”, indicados por ela na administração anterior e nomeados para a Secretaria de Meio Ambiente, terem sido exonerados pelo prefeito Lenildo Morais. A fonte me pareceu boa. Mas, por via das dúvidas, estou procurando alguém que me confirme a informação.
Verdade!
Gosto muito do seu jornalismo Luiz. Interessante demais
Obrigado Pastor John.