A Odebrecht assinou na tarde desta quinta (1), em Curitiba, o acordo de leniência (espécie de delação premiada da pessoa jurídica) com os procuradores da Lava Jato.
Com a leniência firmada, a assinatura dos acordos de delação premiada dos 77 executivos do grupo, entre eles o herdeiro e ex-presidente Marcelo Odebrecht, começou a ser realizada nesta quinta em Brasília. Segundo envolvidos na negociação, boa parte deles já oficializou o acerto.
O presidente do Conselho de Administração e dono da empreiteira, Emílio Odebrecht, já assinou o acordo. Como o número de delatores é elevado, as assinaturas podem se estender por dois dias.
Com o acordo de leniência, a empresa garante o direito de continuar sendo contratada pelo poder público. Também retira um entrave à contratação de empréstimos junto a instituições financeiras.
No acordo de leniência, a empreiteira se compromete a pagar uma multa de R$ 6,7 bilhões em 20 anos. Esse valor inclui o montante devido pela Braskem. O dinheiro será dividido entre o Brasil, que ficará com pelo menos 70% dos recursos, Estados Unidos e Suíça.
Detido desde junho do ano passado, Marcelo Odebrecht firmou um acordo de pena de dez anos, sendo que cumprirá mais um em regime fechado, até o fim de 2017.
O próximo passo é a homologação do acordo pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki. É a etapa necessária para que as colaborações sejam validadas.
Para que a homologação seja feita, os executivos precisam prestar depoimentos aos procuradores detalhando os fatos que apresentaram de maneira resumida ao longo da negociação, nos chamados anexos.
Entre os políticos mencionados nas conversas preliminares estão o presidente Michel Temer (PMDB), os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT), o ministro das Relações Exteriores José Serra (PSDB), governadores, deputados e senadores.
(Folha de São Paulo)
Comentário do programa – Este acordo tem tirado o sono de muita gente em Brasília pelas delações que podem resultar em muitos processos contra políticos dos mais diversos partidos. Tudo indica que a iminência da assinatura teria feito com que se juntassem deputados dos mais diversos partidos para tentar dificultar a ação da Operação Lava-Jato, desfigurando o projeto que aprovava medidas mais duras contra a corrupção. (LGLM)