A principal avaliação da educação básica no mundo indica estagnação no desempenho escolar dos alunos brasileiros, com resultados ainda em níveis muito baixos. O país segue nas piores colocações na comparação com outros 69 países e territórios.
O cenário aparece na edição de 2015 do Pisa, realizado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, uma entidade que reúne países desenvolvidos). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (6).
Pela segunda edição consecutiva, as médias dos alunos brasileiros não avançaram nas três áreas avaliadas: matemática, leitura e ciências. A prova avalia adolescentes de 15 e 16 anos a cada três anos.
Os resultados reforçam a interrupção de uma tendência positiva registrada entre 2000 e 2009. No último resultado, em 2012, o país comemorou o avanço na última década, mesmo com resultados baixos e sem grandes avanços. Até a última edição, o Brasil foi o país que mais havia crescido em matemática nessa avaliação em dez anos.
Entre 2009 e 2015, a média brasileira na disciplina passou de 391 para 377 pontos – variação considerada não significativa estatisticamente pela OCDE. A média dos países da entidade nesta disciplina é de 490.
O resultado deixa o Brasil na 65ª posição nessa disciplina entre os 70 países e territórios avaliados. Fica atrás, por exemplo, de México, Colômbia e Albânia. Só supera a República Dominicana, Argélia, Kosovo, Tunísia e a região da antiga Iugoslávia/ Macedônia – que foi analisada como um território.
A secretária executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, disse que os resultados são preocupantes. “São 15 anos de estagnação em leitura. Estagnação em ciências desde 2006 até agora, o que é muito grave”, disse.
PROFESSORES
A presidente do Movimento Todos Pela Educação, Priscila Cruz, lembra que os dados do Pisa refletem os resultados que já apareceram nas avaliações nacionais, como o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Cruz afirma que, sem resolver os desafios de formação e valorização de professores, o país não vai conseguir avançar.
“O principal fator de sucesso do aluno é a qualidade do professor”, diz. “Enquanto tivermos essa condição de baixa atratividade docente, sem conseguir formar profissionais na área específica e com qualidade, não temos a menor condição de melhorar”, diz.
Para o educador Mozart Neves Ramos, do Instituto Ayrton Senna, é preocupante a distância do Brasil com a média da OCDE. São quase 90 pontos, o que equivale a aproximadamente três anos de escolaridade”, diz. “Isso sem falar de quem aparece no topo, estamos falando da média mesmo”.
PARA OS POLÍTICOS TA BOM DEMAIS. VOCÊ JA PENSOU UMA NAÇÃO EDUCADA, QUEM VAI VOTAR NESSES LADRÕES.