Realização de uma ampla reforma política com regras claras sobre o financiamento de campanha. Esta é à solução apontada pelos deputados federais paraibanos, ao Correio Online, para evitar o envolvimento de políticos em escândalos de corrupção, como o que vem sendo investigado por meio da Operação Lava Jato.
Esta semana, o procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) 83 pedidos de abertura de inquérito para investigar políticos citados nas delações de 77 executivos e ex-executivos da empreiteira Odebrecht e da petroquímica Braskem (empresa do grupo Odebrecht). Apesar de a lista Janot comprometer boa parte de integrantes do Congresso Nacional, alguns parlamentares paraibanos alertam para que a classe política não seja colocada na vala comum de forma que todos os políticos sejam tratados como corruptos.
Este é o entendimento do deputado federal Veneziano Vital do Rêgo (PMDB). Segundo ele, deve haver uma investigação rigorosa, por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), e se confirmando a prática de atos ilícitos das pessoas apontadas pelo procurador-Geral da República, que sejam punidas conforme determina a lei.
O deputado federal, Efraim Filho (Democratas), classificou como impactante a lista apresentada por Rodrigo Janot que aponta o envolvimento de vários parlamentares envolvidos no esquema de desvio de dinheiro da Petrobras.
O país não pode parar
Para Efraim Filho, a lista é impactante e demonstra mais do que nunca que temos que combater a corrupção e apoiar as investigações da operação Lava Jato”, afirmou o democrata.
Segundo ele, a principal forma de evitar a corrupção na classe política seria uma ampla reforma política. “Esse modelo político que aí está se exauriu. Temos que também mudar com a cultura política da sociedade e acabar com o voto assistencialista”, comentou Efraim Filho.
“Deve haver investigações para responsabilizar os culpados, mas o país não pode parar por conta disso”. A afirmação é do deputado federal, Damião Feliciano. Ele defende que os processos de políticos acusados de corrupção caminham separados do Parlamento.
“Porque o que vimos recentemente foi o Brasil parar, a economia se prejudicar por conta das investigações de escândalos de corrupção e isso não pode se repetir”, disse Damião.
Momento é de decisão
O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) acredita que o país atravessa um momento um momento histórico e decisivo para por fim a corrupção que está enraizada na classe política.
“Não só os políticos, mas todos cidadãos, são responsáveis por essa nova construção. Temos uma chance de mudar uma cultura que vai além da política. É hora de investigar, detalhadamente, caso a caso e construir uma nova política”, disse Pedro Cunha Lima.
Wilson Filho (PTB) defende que todo e qualquer indício de crime seja investigado. Segundo ele, é possível que se comprove que algumas pessoas apontadas na lista de Janot não cometeram ilícitos, mas é importante que todas as dúvidas sejam tiradas.
“Vivemos um novo momento em nosso país e um novo momento na política. Estamos vendo que aqueles que cometem crimes, independentemente do cargo que ocupam, são punidos. Esse é um grande avanço e tenho certeza que as coisas ainda mudarão mais e para melhor”, concluiu Wilson Filho.
“É ruim, é muito ruim”
Para o deputado federal Rômulo Gouveia (PSDB), o envolvimento de boa parte da classe política em escândalos de corrupção é algo extremamente maléfico para o Poder Legislativo. “Essa situação é ruim, é muito ruim, porque são feitas interpretações de forma genérica e sabemos que cada caso é um caso que precisa ser analisado de forma individualizada para que os culpados sejam responsabilizado”, ressaltou o deputado.
Ele também defenda a reforma política como forma de combater e evitar a corrupção. “Temos que mudar as regras do financiamento de campanha, temos que fazer uma reforma criteriosa, pois a atuação legislação é muito frágil e por isso, esta acontecendo o que esta acontecendo”, arrematou Rômulo Gouveia.
Outro defensor da reforma política como forma de minimizar a corrupção é o deputado federal Benjamin Maranhão (Solidariedade). Segundo ele, grande parte dos problemas relacionados à corrupção é oriundo do financiamento de campanha.
“Existe um problema sério na política que se chama financiamento de campanha, pois isso é uma porta aberta para a corrupção.
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