O roubo foi maior, presidente

By | 17/09/2017 9:39 am

 

(Bernardo de Mello Franco, colunista da Folha)

inquérito do “quadrilhão” do PMDB implode o discurso de que Michel Temer seria vítima de perseguição da Procuradoria. Agora é a Polícia Federal, e não mais o Ministério Público, quem sustenta que o presidente está no topo de uma organização criminosa.

 

O relatório da PF faz um raio-x na atuação do chamado PMDB da Câmara. São quase 500 páginas de uma longa crônica de assaltos aos cofres públicos. O documento descreve falcatruas milionárias na Petrobras, na Caixa Econômica, em Furnas, no Ministério da Agricultura, na Secretaria de Aviação Civil e no Congresso.

 

De acordo com a investigação, o esquema operava em diversas modalidades: do pedágio em obras à venda de medidas provisórias, da fraude em licitações à cobrança de propina para liberar empréstimos.

 

Sua aposta mais lucrativa foi a eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara, em 2015. Com um investimento de R$ 30 milhões, repassados pela JBS, o grupo teria subornado dezenas de parlamentares para conquistar a cadeira. Nela, ampliou o poder de chantagem e multiplicou o faturamento dos negócios.

 

A PF afirma que o “quadrilhão” reunia seis amigos de longa data. A Lava Jato já prendeu metade do time: Cunha, Henrique Alves e Geddel Vieira Lima, o homem de R$ 51 milhões. Os outros três estão no Palácio do Planalto: Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, todos protegidos pelo foro privilegiado.

 

Nesta terça, o presidente ensaiou fazer um pronunciamento para rebater as conclusões do relatório. Assessores conseguiram demovê-lo da ideia. Sem a opção de atacar Janot, ele teria que criar outra teoria conspiratória envolvendo a Polícia Federal, que é subordinada a seu governo.

 

Por fim, Temer divulgou uma nota em que protesta contra “toda forma de injustiça”, chama os delatores de “bandidos” e afirma que “facínoras roubam do país a verdade”.

Se o roubo se limitasse a isso, o país ainda estaria no lucro.

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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