(por Frederico Vasconcelos, na Folha)
O procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima recorre a um conto [em que uma criança revela que “o rei está nu”] para situar o ano de 2017 como o momento em que o sistema político brasileiro foi –assim como o rei– despido da falsa roupagem, desvelando-se “um corpo decaído”, “envenenado pela corrupção”.
“Todos nós intimamente sabíamos, mas, como tolos, fingíamos não ver”, diz Santos Lima.
Adotando a mesma alegoria da criatura decadente, o procurador afirma que, em 2018, “é preciso extirpar o veneno da corrupção”. Ele vê as eleições como “o antídoto adequado, pois o Judiciário é incapaz de reabilitar esse doente”.
“O foro privilegiado e a extensão desse vício impedem que a Justiça seja o caminho para sua cura. É preciso usar o voto bem informado e consciente como remédio”, recomenda.
Carlos Fernando dos Santos Lima é procurador regional da República. Atua na força-tarefa da Lava Jato em Curitiba (PR).
Comentário do programa – Com leis feitas pelos próprios criminosos, dificilmente deputados e senadores corruptos serão condenados pela Justiça. A única saída para nos livrarmos dos políticos corruptos é não votar neles. Passemos um “pente fino” nos candidatos que se apresentarem e votemos naqueles que têm um mínimo de decência. (LGLM)