Partidos entram com ação no STF para liberar showmícios durante a campanha

By | 01/07/2018 5:50 am

 

(O Globo)

 

Três partidos — PT, PSB e PSOL — ajuizaram nesta quarta-feira uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a proibição de apresentação de artistas em atos de campanha, os showmícios. O advogado responsável pelo processo, Daniel Sarmento, pediu que o ministro Luiz Fux, relator da causa, julgue monocraticamente o caso.

 

A ação conta com o apoio do movimento 342artes, articulado pela produtora Paula Lavigne, conforme revelou o colunista Ancelmo Gois. Sarmento diz que a ideia é que não seja irrestrita a participação de músicos em atos políticos, mas sim resguardar que eles possam se engajar em campanhas espontaneamente, sem receberem por isso:

— O argumento válido contra os showmícios é que, permitindo o pagamento de artistas pelos políticos, se aumente a influência do dinheiro nas eleições. Pode haver justificativa para proibir os shows pagos, mas nenhuma para proibir apresentações gratuitas.

 

Sarmento compara a causa com a decisão do STF de liberar a publicação de sátiras e conteúdo humorístico sobre candidatos. O jurista tem a expectativa de que Fux decida sobre o pedido da liminar antes do recesso do Judiciário, na semana que vem.

 

Líder do PSOL na Câmara dos Deputados, Chico Alencar crê que a alteração na regra pode ajudar a combater o desencanto da população com a política. O partido, sobretudo no Rio, têm forte penetração na classe artística. Porém, o deputado afirma que contestar a proibição não tem como objetivo um benefício eleitoral.

 

— Não achamos que artista elege alguém, mas dá credibilidade. Não estamos pensando em nós, mas no resgate da política e no encanto por ela. É preciso reaprender a fazer política com arte, mas não a arte de roubar e mentir — avalia Alencar.

 

PROIBIDO DESDE 2006

Uma das aplicações para showmícios almejada pelos partidos é a captação de recursos para campanha, escassos desde o fim das doações de empresas. Neste caso, músicos poderiam fazer apresentações sem a cobrança de cachê, revertendo a bilheteria em prol de um candidato ou partido.

 

A proibição de apresentações artísticas em atos de campanha passou a valer em 2006, em lei sancionada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O texto diz que é proibida “a realização de showmício de evento assemelhado para a promoção de candidatos, bem como a apresentação, remunerada ou não, de artistas com finalidade de animar comício e reunião eleitoral”. O mesmo artigo também veda a distribuição de brindes para eleitores e a colocação de outdoors.

 

Diversos políticos utilizaram-se dos showmícios como estratégia política. Em 2002, a campanha de Lula teve várias apresentações da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano. Já Chitãozinho e Xororó fizeram shows em campanhas tucanas.

 

Comentário do programa – Já que não conseguem mais juntar gente para ouvir suas mentiras nos comícios, eles querem usar artistas para atrair o povo. Esta conversa de que os artistas trabalharão de graça é para “boi dormir”. Prefeituras já faziam isso há muito tempo. Contratavam os artistas para tocar em determinada festa, pagavam dobrado, para terem o artista se apresentando na campanha política, pretensamente “de graça”. (LGLM)

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Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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