(Clayton Castelani, na Folha)
O pente-fino do governo federal nos benefícios por incapacidade do INSS já resultou no cancelamento de 315 mil auxílios-doença e de 108 mil aposentadorias por invalidez desde agosto de 2016, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social. No total, 423 mil benefícios deixaram de ser pagos.
Com os cortes de benefícios considerados indevidos, a gestão do presidente Michel Temer (MDB) afirma ter economizado R$ 9,6 bilhões.
Para cidadãos afastados do trabalho por doença, o risco de perder a renda é alto.
Os cancelamentos de auxílios-doença representam 78% das 404 mil revisões desse tipo de benefício. Entre as 359 mil aposentadorias por invalidez reavaliadas, 30% foram cortadas.
Podem ser convocados pelo pente-fino segurados que recebem benefício por incapacidade há mais de dois anos e, nesse período, não passaram por perícia.
Não podem ser chamados os aposentados por invalidez acima de 60 anos. Também escapam aposentados inválidos acima de 55 anos de idade e que recebem o benefício há mais de 15 anos.
Apesar de estar em vigor há quase dois anos, o avanço do pente-fino foi bem maior em 2018. Das 764 mil perícias realizadas desde 2016, 500 mil (65%) ocorreram nos últimos quatro meses.
Peritos médicos da Previdência recebem bonificação de R$ 60 para examinar os segurados convocados.
Ao todo, o governo pretende revisar 552 mil auxílios-doença e 1 milhão de aposentadorias por invalidez. Ao final do programa, a administração espera deixar de pagar R$ 15,7 bilhões.
Comentário do programa – Que continuem a ser cortados os benefícios concedidos de forma irregular ou os que já não tinham justificativa por não mais existir o dano à saúde que lhes dera origem. Mas que respeitem os benefícios daqueles que realmente merecem. Uma tia minha, de 94 anos de idade, teve o benefício suspenso alegando falta de “prova de vida”. Toda documentação comprobatória foi apresentada e ela continua, seis meses depois, sem receber o benefício. (LGLM)