PT vive disputa interna para escolher substituto de Lula

By | 08/07/2018 4:53 am

 

Nos bastidores, quatro nomes são cogitados caso petista não participe da eleição

(Deu na Folha)

 

A 98 dias do primeiro turno, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta, em vão, deter uma disputa entre petistas pelo direito de substituí-lo na corrida presidencial, diante do provável impedimento de sua candidatura. Por intermédio de bilhetes e mensagens, Lula busca manter o controle do partido.

 

Mas, à espera de uma definição do ex-presidente, potenciais candidatos e apoiadores já deflagraram suas batalhas pelo papel de reserva de Lula.

 

Hoje existem quatro nomes cogitados para incorporar o plano B: o ex-governador Jaques Wagner, o ex-prefeito Fernando Haddad, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-ministro Celso Amorim.

 

E uma amostra dessa rivalidade aconteceu no dia 8 de junho, data do lançamento oficial da pré-candidatura de Lula, em Contagem (MG). Apontado como preferido de Lula e dos governadores petistas, Wagner era o encarregado de ler uma mensagem enviada pelo ex-presidente.

 

Sob comando de Gleisi, os organizadores do ato decidiram, porém, montar um jogral para a leitura da carta. Descartada a ideia, a tarefa foi repassada à ex-presidente Dilma Rousseff.

 

No momento da leitura, Wagner já havia deixado o auditório onde se realizava o lançamento. A saída dele foi interpretada como mais um sinal de sua inapetência para a candidatura presidencial, especialmente após a realização de uma operação da Lava Jato em sua casa. Defensores de Wagner afirmam, no entanto, que ele aceitará concorrer se convocado por Lula, mas prefere ser discreto até lá.

 

Enquanto isso, Haddad tenta amenizar resistência interna. Para isso, se associou à maior corrente petista, a CNB (Construindo o Novo Brasil), tem viajado pelo Brasil e se reunido com petistas a pretexto da elaboração do programa de governo de Lula.

 

A disputa começou um dia depois da prisão de Lula, no dia 7 de abril. Contrariada com a veiculação de notícia segundo a qual Haddad dividiria com Gleisi a missão de falar em nome do ex-presidente, a senadora fez registrar em resolução do partido que ela foi a porta-voz designada por Lula.

 

Cada vez mais popular entre os militantes, Gleisi também tem interditado debate interno sobre o plano B, alimentando a suspeita de que busca se viabilizar para a disputa.

 

No último dia 18, durante reunião do conselho informal do PT, dirigentes petistas manifestaram apreensão quanto à falta de estratégia para depois da Copa do Mundo. A reunião foi gravada para que seu teor fosse enviado a Lula. Mas, por uma falha técnica, não chegou ao ex-presidente.

 

Na reunião, os ex-ministros Franklin Martins e Aloizio Mercadante se mostraram preocupados com a ausência de um porta-voz credenciado para representar Lula em atividades da pré-campanha. Mas a discussão sobre antecipação do nome do vice de Lula foi abortada.

 

Em meio a essa turbulência, um grupo de dirigentes do PT trabalha pela indicação de Celso Amorim para a execução do plano B. Há até slogan para o diplomata: “o chanceler da paz” ou “o embaixador da esperança”.

 

Oficialmente, porém, o partido mantém o discurso de que Lula será candidato. Em evento na noite de sexta (29), em São Paulo, com representantes de pré-candidaturas de esquerda ao Planalto, Haddad repetiu que a sigla “não pode e não vai abrir mão” do ex-presidente.

 

“Nós não temos condições políticas, morais, intelectuais, programáticas de abrir mão do Lula”, disse.

 

Quem são os planos B do PT 

Jaques Wagner

O ex-governador da Bahia é o preferido de Lula para substituí-lo; porém, pode sofrer desgaste com a Lava Jato

 

Fernando Haddad

O ex-prefeito de SP é o coordenador do programa de governo de Lula, mas seu nome enfrenta resistência na sigla

 

Gleisi Hoffmann

Presidente do PT, assumiu o papel de porta-voz do petista e tem vetado discussões internas sobre plano B

 

Celso Amorim

Apelidada de ‘plano C’, indicação do ex-chanceler, que não tem experiência eleitoral, é defendida por grupo do partido

 

Comentário do programa – O PT já deveria estar com um nome nas ruas para testá-lo como candidato, em lugar de Lula, que dificilmente será candidato. A demora poderá ser fatal para as pretensões do partido. Sem Lula o PT fica coxo e “quem é coxo tem que partir cedo”. (LGLM)

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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