São duas situações diferentes. Em Pernambuco, o PT tem Marilia Arraes, neta mais velha de Miguel Arraes, como candidata a governadora, altamente competitiva, e interessa ao governador Paulo Câmara (PSB), candidato à reeleição, tirá-la do páreo. Marília é prima do ex-governador Eduardo Campos. Na Paraíba, o PT tem muito pouca densidade eleitoral e nenhum candidato competitivo que lance ao governo. Para Ricardo é melhor apoiar Ciro Gomes para presidente, um candidato viável, no lugar de Lula, que dificilmente será candidato. Ou seja, Ricardo não tem nada a ganhar trocando o apoio a Ciro Gomes, pelo apoio a Lula, que não poderá ser candidato, já que é impedido pela Lei da Ficha Limpa. Por outro lado, apoiando Ciro, Ricardo pode atrair o PDT de Lígia e Damião para o seu grupo, garantindo um palanque forte para Ciro e João Azevedo. Se houvesse um mínimo de viabilidade na candidatura de Lula, ou se o PT lançasse um nome competitivo, valeria a pena batalhar pelo apoio do PT. Caso contrário, o PDT é realmente melhor parceiro para Ricardo, apesar da densidade eleitoral do PDT ser também pouco significativa a nível estadual. O maior capital de que dispõe o PT é o tempo de rádio e televisão, já que é o partido com direito ao maior tempo. E isto deve ser levado em conta em qualquer acordo eleitoral. Por sinal, esse tempo de rádio e televisão tem funcionado como moeda de troca na formação das coligações. (LGLM)