A voz da violência

By | 22/07/2018 2:31 am

 

Bolsonaro incentiva publicamente assassinatos e prega contra a Constituição

(Janio de Freitas, Jornalista e membro do Conselho Editorial da Folha).

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Os limites legais e os limites dos costumes caem no Brasil sem cessar e sem obstáculos. Mas Jair Bolsonaro, contribuinte para os dois ramos da ceifa, avançou demais a pretexto da pré-candidatura à Presidência. Sua pregação da violência, mesmo que criminosa como a das milícias, passou a fazer o incentivo explícito e público aos assassinatos.

 

Ei-lo, depois de vestir uma faixa presidencial, no sul do Pará, uma das duas regiões rurais de maior criminalidade: “Esses marginais que cometeram esse crime [morte de um açambarcador de terras] não merecem lei, não. Merecem é bala.” E foi por aí.

Um defensor de menos injustiça social não precisaria chegar a tanto para que estivesse atolado em processos criminais. E preso.

 

Bolsonaro jamais correu tal risco, nem qualquer outro decorrente de leis. Desde o início como agitador da violência, quando usou a então mulher para ameaçar com o corte explosivo da água para o Rio, caso sua turma de tenentes não recebesse aumento, Bolsonaro aplica à vontade a sua vocação. Para ele não há Procuradoria-Geral da República, Ministério Público, Judiciário, como não houve Justiça Militar. Há pouco, o comandante do Exército posou com o pré-candidato para foto logo incluída na campanha eleitoral.

 

Bolsonaro está levando pelo país afora, com maior presença nas áreas mais conturbadas, a sua pregação da violência e da arma como “um direito dos cidadãos”, em detrimento das condutas legais. É propaganda contra a Constituição. E não só. Também se contrapõe às ansiedades da população e aos esforços, tantas vezes fatais, pela contenção da violência.

 

Bolsonaro mobiliza o que há de pior no Brasil. Sob os olhares viciados dos que deveriam agir sem distinções na proteção do Estado de Direito.

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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