(Patos Online)
Trabalhadores do Transporte Alternativo de Patos realizaram um bloqueio na BR 230 na manhã desta terça-feira, dia 06, para protestar contra a emenda do presidente da república, que conseguiu aprovar medidas mais duras para punir irregularidades cometidas pela categoria, e ainda pela tentativa de dialogar com o governo do estado para resolver a regulamentação dos alternativos.
Jonas Rolim, representante da categoria, enfatizou que essas manifestações estão acontecendo em todo o país, e que atualmente ficou ainda mais claro que o governo do estado está sendo moroso para regulamentar algumas normas, devido ao suposto acordo com as empresas de transportes para retirar de cena a modalidade de transporte alternativo.
A pressa para achar um consenso com o governo do estado visa minimizar os prejuízos que serão adotados a partir da nova lei do presidente Bolsonaro, conforme dito por Rolim.
Comentário do programa – Entendo como abusiva a manifestação que resulta em bloqueio de estradas. Há outras formas de manifestação. Uma caravana até o Palácio da Redenção, bloquear a porta do Palácio até ter uma comissão recebida pelo Governador, barulho na Praça dos Três Poderes e assim por diante.
O bloqueio de estrada é altamente abusivo. Já pensou um cidadão permanecer oito/dez horas dentro de um ônibus, está louco para chegar ao destino e ficar bloqueado mais uma hora ou duas na estrada. Muitas vezes doente ou se sentindo mal? Com relação à lei federal, cujo teor divulgamos acima, tem o sentido de desestimular o transporte clandestino, aumentando o rigor das penas para os que praticam o transporte clandestino. Isto devia ser saudado por aqueles que exercem o transporte de forma legal.
O transportador clandestino não está sob nenhum controle e pode ser um criminoso em potencial, estimulado pela impunidade. Os motoristas alternativos legais deveriam cobrar rigor na regulamentação, em benefício deles próprios.
Com relação às exigências feitas pela lei estadual, algumas delas podem ser discutidas mas não se pode deixar de exigir, por exemplo, um veículo em perfeitas condições de uso, não sendo possível a utilização de muitas sucatas ambulantes que temos visto muitas vezes paradas na margem das estradas, provocando prejuízos para os passageiros que tinham compromissos como atendimentos médicos, compras urgentes ou entrevistas de emprego.
Exigências como habilitação de motoristas e documentação de motorista e veículo em dia, também não podem ser dispensadas. A lei não pode permitir também uma concorrência desleal com os outros transportadores individuais ou coletivos, o que desestimularia estes serviços, prejudicando a população em benefício exclusivo dos profissionais e empresários dos alternativos. A lei tem que ter antes de tudo equilíbrio, único motivo que pode servir de contestação e mudança.
A nosso ver os bloqueios deveriam ser punidos com severidade. Outro dia, depois de cinco horas e meia dentro de um ônibus entre Patos e João Pessoa, tiver que purgar quase três horas na estrada por conta de um desses bloqueios. Isto provoca a indisposição da população com os movimentos, por simpáticos que sejam na origem. (LGLM)