Vexame internacional gratuito (seguida de comentário nosso)

By | 08/09/2019 6:16 am

Vexame internacional gratuito (seguida de comentário nosso)

Bolsonaro não perde uma oportunidade para enaltecer a tortura e os assassinatos políticos

(Bruno Boghossian, colunista da Folha)

 

Jair Bolsonaro não perde uma oportunidade de enaltecer a tortura e os assassinatos políticos. O presidente levou o país a mais um episódio gratuito de vergonha internacional ao defender o regime militar do Chile, que deixou 3.000 mortos e desaparecidos, e ao ofender a ex-líder Michelle Bachelet.

 

Para rebater um relatório que apontava ataques a defensores dos direitos humanos e um aumento das mortes provocadas pela polícia brasileira, Bolsonaro apelou para a crueldade pura. Atacou Bachelet, que produziu o texto pela ONU, e celebrou a morte do pai da ex-presidente na ditadura de Augusto Pinochet.

 

“Se não fosse o pessoal do Pinochet derrotar a esquerda em 1973, entre eles o teu pai, hoje o Chile seria uma Cuba”, disse. Alberto Bachelet se opôs ao golpe militar. Foi preso, torturado e morto em 1974.

 

Nem a direita chilena tolerou a barbaridade. O presidente Sebastián Piñera disse não concordar com as declarações sobre Bachelet, “especialmente num tema tão doloroso”.

 

O brasileiro já havia sido criticado por Piñera uma vez. Em março, o chileno disse que frases de Bolsonaro em defesa de ditaduras eram “tremendamente infelizes”.

 

Bolsonaro não aprendeu que o Chile é rigoroso com a selvageria dos regimes autoritários. No ano passado, o Exército do país destituiu um coronel que liberou uma homenagem a um brigadeiro punido por crimes praticados no período de Pinochet.

 

Por aqui, o elogio a ditadores se tornou política de governo. Há dois dias, Bolsonaro disse que o regime militar pode ter sido “difícil em alguma coisa”, mas foi “nota dez” na economia e no “amor ao próximo”.

 

Bachelet também produziu levantamentos sobre a violação de direitos humanos na Venezuela. Nicolás Maduro reagiu com críticas pesadas —mas sem ofensas à família.

 

Depois de hostilizar Alemanha, França, Noruega e um possível presidente argentino, Bolsonaro mancha um pouco mais a imagem do Brasil. O país pode ficar isolado, pendurado no paletó de Donald Trump.

 

Comentário nosso – Infelizmente cada povo tem os representantes que merece. Se não sabemos votar, temos que arcar vez por outro com os Collor e Bolsonaro da vida. Por que até o mecânico nordestino Lula tinha estatura de estadista, embora não tenha primado pela honestidade na direção da coisa pública. (LGLM)

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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