Votação do Código Tributário do município de Patos pode demorar quase seis meses  (com comentário nosso e áudio)

By | 15/09/2019 7:12 am

 

(Publicado no Patos Online)

 

 

A impossibilidade de votar o novo Código no regime de urgência pode fazer com que a tramitação e votação do anteprojeto do Código ainda demore uns seis meses. Não contestamos a impossibilidade da urgência, dada a importância de uma lei que mexe com os mais diversos interesses. Tanto da população como um todo, como de determinadas atividades atingidas pelos impostos e taxas regulamentados pelo novo código.

 

A necessidade de um debate mais aprofundado do anteprojeto com a população e classes produtoras já foi atendida. O projeto deve passar agora pelo crivo da Procuradoria da Câmara para ser depois encaminhado para a presidência que o encaminhará às comissões de Constituição e Justiça e de Finanças.

 

Temos certeza de que a manifestação da Procuradoria da Câmara será feita assim que possível pelo Dr. José Lacerda Brasileiro, de reconhecida competência e dedicação, e que não precisará dos quinze dias que o regimento lhe concede.

 

O risco que os observadores anteveem no horizonte é o anteprojeto dormitar nas gavetas dos relatores das comissões de Constituição, Justiça e Redação, a vereadora Lucinha, e de Finanças, o vereador Góia, que são vistos como resistentes a colaborar com a atual administração.

 

Os relatores podem retardar a tramitação do anteprojeto usando na sua totalidade o prazo de trinta dias que têm para apresentar relatório. Prazo este que pode ser prorrogado por igual período. Somando os prazos possíveis para as duas comissões, só a apresentação do parecer das duas comissões pode demorar quatro meses. Ou seja, se os relatores Lucinha e Góia quiserem, podem retardar a tramitação do anteprojeto em cento e vinte dias, para só então o projeto ser discutido e votado.

 

Os relatores estão respaldados no Regimento Interno da Câmara, se quiserem atrapalhar a aprovação do anteprojeto de Código Tributário.

 

Enquanto isso, todos aqueles que estão esperando as isenções e reduções previstas no anteprojeto ficarão prejudicados. Ou seja, os empresários que se sentiram prejudicados com os impostos e taxas aumentados pela revogação do Código Tributário anterior. As viúvas e pessoas carentes que poderão usufruir das benesses que o novo código lhes proporcionaria, também ficarão prejudicados, pois o que houver de bom no novo código só passa a valer noventa dias depois que o novo código entrar em vigor, o que pode acontecer lá para fevereiro, quando podia ter sua vigência já no primeiro dia do ano.

 

Qual a justificativa dos senhores relatores para esta possível demora de cento e vinte dias? Sem contar que com o recesso branco durante a festa da padroeira, a Câmara vai perder pelo menos uma semana para começar a discutir o projeto, depois que a presidente encaminhar o anteprojeto para a Procuradoria da Câmara, recebê-lo de volta, remeter para as comissões, recebe-lo de volta, sucessivamente, e por fim submetê-lo a votação. Podem “botar ferro de molho”.

 

Voltamos a insistir nesta tecla. Tem gente na Câmara de Vereadores determinada a dificultar a administração municipal. Os motivos o povo, que não é muito besta, já desconfia há muito tempo. Esquecem os vereadores suspeitos de interessados em atrapalhar a administração que com isso não estão prejudicando o Dr. Ivanes. Estão prejudicando a população de Patos. Que saberá dar a resposta em 2020. E esperamos estamos estar vivos para lembra-la disso. Com o que contamos com a colaboração da imprensa independente de Patos. (LGLM)

 

Comentário nosso – Temos ouvido alguns comentários criticando o anteprojeto do novo Código Tributário do Municipio. Um  deles dizia  que o novo Código iria prejudicar a população, alegando que o “o povo é quem vai pagar a conta”. Nesta alegação o crítico tem toda a razão. Desconheço um país no mundo cuja administração não seja bancada pelo povo. Há um engano de muita gente em pensar que governo fabrica dinheiro. Quem fabrica dinheiro é o povo, com o seu trabalho. É com o dinheiro que ganha que paga parte dos impostos que vão financiar os diversos níveis de administração. A outra parte é paga com a renda que os empresários vão colhendo com os seus negócios. E assim por diante. Todo mundo paga imposto, exceto aqueles que sonegam. Cabe aos códigos tributários equilibrar a contribuição de cada um fazendo com que quem ganha mais, pague mais imposto. E quem ganha muito pouco, em alguns casos não pague nada ou pague menos através das isenções e descontos que são concedidos.

 

O código tributário em discussão na Câmara que é acusado de aumentar determinados impostos e taxas é o mesmo que concede isenções e descontos para os mais carentes ou que oferece vantagens para quem investe ou aplica no município. Ao isentar viúvas, funcionários municipais, família inscritas no bolsa-família do pagamento do IPTU, ou  cobrar uma taxa diferenciada  para quem tem casa popular, a administração precisa cobrar um pouco mais dos proprietários de mansões e de muitos prédios,  para  compensar a arrecadação que perdeu nos mais carentes. Código tributário nenhum pode cobrar igual  de pobres e ricos sob pena de estar cometendo injustiça social.

Ao querer baixar impostos dos ricos, o legislador estará prejudicando as isenções e descontos concedidos aos mais pobres. Os que criticam o aumento dos impostos, estão esquecendo os benefícios concedidos aos mais carentes. Tem gente fazendo demagogia criticando o anteprojeto para tentar justificar sua intenção de atrapalhar a administração. (LGLM)

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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