Eleições 2020 serão influenciadas por prefeitos e partidos na PB (veja também o nosso comentário)

By | 15/12/2019 9:49 am

Na maioria dos municípios, a disputa deve ser polarizada por políticos de poucas legendas a exemplo do MDB, PSB, PSDB e DEM

(André Gomes, do Jornal CORREIO)-

 

Em ano pré-eleitoral, faltando pouco mais de dez meses para o pleito do segundo domingo de outubro de 2020, já é grande a movimentação política na Paraíba, em ações que se estendem da Capital ao menor município do interior do Estado. Na maioria dos municípios, a disputa deve ser polarizada por políticos de poucas legendas a exemplo do MDB, PSB, PSDB e DEM.

 

E toda movimentação envolve prefeitos em término de mandato e ex-prefeitos que ainda exercem forte influência em redutos que por eles foram comandados por várias vezes, a maioria por dois mandatos.

 

Este quadro ocorre em João Pessoa, Campina Grande, Guarabira, Patos, Itabaiana, Ingá, Cajazeiras, Sousa, Catolé do Rocha, São Bento, Esperança, Rio Tinto, Mamanguape, Santa Rita, Bayeux, Conde, Alhandra, Pedras de Fogo, Itatuba, Aroeiras, Cabedelo, Lucena, Monteiro, Esperança, Lagoa Seca, Queimadas, Picuí, Cuité e Sumé, entre outras.

 

Na Capital, aparece os nomes do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), duas vezes prefeito da cidade. Além dele, surge o nome do também ex-governador Cícero Lucena Filho (PSDB), que igualmente foi prefeito duas vezes. Enquanto Ricardo se prepara para ser candidato, Cícero Lucena desconversa e insiste que abandonou de vez a política desde que encerrou seu mandato de senador, em 2015.

 

Há quem aposte que os dois – Ricardo Coutinho e Cícero Lucena – são os nomes mais fortes para prefeito da Capital. Mas, em João Pessoa, também está em evidência o nome do ex-deputado federal Manoel Júnior (presidente estadual do Solidariedade e atual vice-prefeito de João Pessoa e que também já foi vice-prefeito, na primeira gestão de Ricardo Coutinho), que tem experiência como prefeito do município de Pedras de Fogo.

 

Outros nomes também aparecem em João Pessoa como pretensos candidatos a prefeito a exemplo dos deputados estaduais Wallber Virgolino (Patriota), Eduardo Carneiro (PRTB) e Wilson Filho (PTB), além do ex-deputado Raoni Mendes (DEM). Apesar disso, as legendas ainda não bateram o martelo por nenhum nome e podem surpreender.

 

Em Campina Grande a sucessão do prefeito Romero Rodrigues (PSD) também deve ser polarizada pelas grandes legendas como MDB e PSDB. Pelos tucanos existem nomes como o do ex-senador Cássio Cunha Lima, do deputado federal Pedro Cunha Lima e do deputado estadual Tovar Correia Lima.

 

O MDB que já teve prefeito eleito no município abriu um canal de diálogo com o ex-deputado estadual e atual Chefe de Gabinete da Prefeitura, Bruno Cunha Lima.

 

O cientista político e professor doutor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Lúcio Flávio, lembrou que mesmo quase entrando na terceira década do século XXI, a Paraíba ainda está mergulhada na cultura política oligárquica. Segundo ele, no Estado, prevalece os grupos familiares, muito mais do que a legenda partidária. É o predomínio do fenômeno denominado neocoronelismo.

 

Lúcio Flávio destacou que o MDB depende do nome José Maranhão. O PSDB está subordinado ao ex-senador Cássio Cunha Lima, o DEM está vinculado ao ex-senador Efraim Morais. O PSB não foge à regra. É controlado com mão de ferro pelo ex-governador Ricardo Coutinho.

 

“Essa prática neocorolenista reforça o personalismo na política e atrasa o desenvolvimento democrático. Em torno de 80% do eleitorado vota em pessoas independente de qual partido ele esteja vinculado”, frisou o professor.

 

De acordo com o cientista político, a sobrevivência do neocoronelismo na Paraíba se deve a três fatores principais que estão interligados: o atraso econômico, a dependência da máquina pública para gerar empregos e a dependência dos pequenos e médios empresários das obras públicas e fornecimento de bens e serviços.

 

Comentário nosso – A situação do neocoronelismo é comum também aqui. Há anos que dois agrupamentos familiares disputam as eleições locais e ocupam mandatos. Rivaldo Medeiros, tio de Dinaldo e tio-avô de Dinaldinho, os dois últimos também Wanderleys, ocuparam a prefeitura por quase vinte anos. Dois mandatos Rivaldo/Geralda, dois mandatos Dinaldo e Dinaldinho foi eleito para um mandato. A família Motta/Wanderley esteve na prefeitura por quatro mandatos: Edmilson Mota (1), Nabor Wanderley (2) e Francisca Motta (1). Nas disputas deste ano devem continuar presentes. Nabor é Wanderley e Dr. Érico é casado com uma sobrinha de Dinaldo Wanderley. Além da possibilidade de Dinaldo lançar uma pessoa sua como candidata. (LGLM)

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Category: Estaduais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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