João Azevedo anuncia fim de contratos com ONGs e criação da Fundação PB Saúde (veja também o nosso comentário)

By | 29/12/2019 6:51 am

 

Paraiba está se livrando das ONGs, Governador informou que encaminhou para a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) o projeto de criação da Fundação PB Saúde

(Portal Correio)

 

O governador da Paraíba, João Azevêdo (sem partido), anunciou, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (23), que irá encerrar contratos com todas as organizações sociais responsáveis pela gestão de hospitais e unidades de saúde do estado. Ele informou que encaminhou para a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) o projeto de criação da Fundação PB Saúde, que assumirá a administração e operação das unidades.

“Depois de muitas discussões optamos por encaminhar projeto à ALPB para criar a Fundação PB Saúde, assumir responsabilidade de gestão dos hospitais e UPAS. Hoje, todas as organizações sociais serão notificadas sobre o fim dos contratos. Extinguiremos, de forma definitiva, a atuação delas no estado”, anunciou João.

O encerramento dos contratos acontecerá nos meses de janeiro e fevereiro, conforme calendário já estabelecido pelo governo do Estado. A Secretaria da Saúde assumirá provisoriamente a gestão das unidades de saúde até o período de transição para a PB Saúde. A previsão é de que a fundação comece a operar em abril.

“Com a Fundação PB Saúde, vamos resolver, além do problema claro de gestão, a questão dos codificados, que é um problema que se arrasta por mais de 20 anos. [Prevemos que] 4.700 de níveis médio e técnico e 1.800 de nível superior serão incorporados através de processo seletivo”, disse o governador, acrescentando que serão firmados contratos com 700 médicos, em modalidade ‘PJ’ (pessoa jurídica).

“Estamos criando um marco. Hoje é uma data extremamente importante. É um marco de nova rotina administrativa da Paraíba”, destacou.

 

Comentário nosso – João Azevedo marca um ponto importante na área de saúde. O Estado é um péssimo administrador, a nível nacional. A experiência de utilização das ONGs foi promissora no início, embora tenha descambado posteriormente para a bandalheira que está sendo apurada pela Operação Calvário.

O Governo Federal deu o exemplo ao criar uma empresa que administra os hospitais federais e a Paraíba tenta copiar a ideia, tendo o governador João Azevedo anunciado o envio para a Assembleia do projeto que cria a Fundação PB Saúde. Esta Fundação deve dar uma administrar hospitais públicos e UPAs de responsabilidade do Estado, funcionando como uma empresa, com empregados contratados através de processos seletivos mas no regime celetista. Com isso enfrenta a acomodação tão comum nos funcionários estatutários que recorrem à condição de efetivos para fazer “corpo mole”.

Isto não é problema só da Paraíba. Este problema de “acomodação” é tão recorrente que o próprio Governo Federal pretende incluir na sua Reforma Administrativa uma mudança no regime estatutário, com a intensificação das avaliações de desempenho e com a possiblidade de retirar a estabilidade de alguns cargos do governo federal. Outra alternativa estudada pelo Governo seria evitar a criação de cargos estatutários e privilegiar a criação de cargos de empregos públicos regidos pela CLT e sem estabilidade.

Em comentários frequentes aqui o programa vínhamos deplorando os problemas enfrentados pela Estado com administração direta de hospitais e UPAs e apontando a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), criada pelo Governo Federal para administrar os hospitais universitários, como uma das soluções para os hospitais públicos do Estado da Paraíba. Que a Ebserh sirva de exemplo para a Fundação PB Saúde.  A solução das ONGs era uma das alternativas, mas a sua utilização na Paraíba virou bandalheira, criando um clima péssimo entre nós, para uma experiência exitosa em outros Estados. Até serem descobertas as bandalheiras a experiência das ONGs vinha correspondendo às expectativas: casos, por exemplo do Hospital do Trauma e da Maternidade Peregrino Filho.

E vamos esperar que a Fundação PB de Saúde não se transforme em mero cabide de empregos, criando uma estrutura enxuta, com cargos comissionados preenchidos por pessoas que estejam realmente preparadas para a função. (LGLM)

Comentário

Category: Estaduais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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