Bolsonaro quer Forças Armadas contra Moro e STF, mas generais não avalizam ataques

By | 04/05/2020 11:27 am

Cúpula das três Forças Armadas se irritou com a fala do presidente na manifestação deste domingo (3), quando ele disse que as Forças estão ao seu lado.

[Por Andréia Sadi que cobre os bastidores de Brasília para o Jornal Hoje (TV Globo) e na GloboNews. Apresenta o Em Foco (GloboNews) e integra o Papo de Política (G1)]

O presidente Jair Bolsonaro convocou uma reunião no último sábado (2), no Palácio da Alvorada, com generais que ocupam cargos em seu governo e com os generais da cúpula das Forças Armadas.

Segundo o blog apurou, Bolsonaro usou a reunião para reclamar das últimas decisões de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como a liminar de Alexandre de Moraes no caso de Alexandre Ramagem; Luís Roberto Barroso no caso dos diplomatas venezuelanos; e Celso de Mello na abreviação de prazo para que Sergio Moro depusesse no inquérito que corre na Corte.

Nas palavras de um general que estava presente, Bolsonaro reclama que não “consegue nomear ninguém” pois é impedido pelo Supremo, e , apesar de dizer que “não há saída fora da Constituição”, o presidente subiu o tom, em desafio, e cobrou o que chama de “equilíbrio” do Judiciário.

O discurso de Bolsonaro na reunião de sábado foi ecoado no dia seguinte, na manifestação antidemocrática que contou com sua participação em Brasília.

No entanto, a cúpula das três Forças Armadas se irritou com a fala do presidente na manifestação, quando ele disse que as Forças estão com ele.

Generais que participaram da reunião foram uníssonos ao confirmar que não houve endosso da cúpula militar no encontro quando Bolsonaro fez críticas ao STF e a Sergio Moro.

Repetem que receberam uma convocação no sábado, no Palácio da Alvorada. Por isso, compareceram, mas se sentem incomodadas com o “uso político” de sua imagem por Bolsonaro, durante a manifestação.

Mais: não são parte na guerra política entre Moro e Bolsonaro. Generais têm Moro como símbolo no combate à corrupção e querem distância da briga do ex-ministro com o presidente.

Bolsonaro, para militares, tenta criar um ambiente de “nós contra eles”, para tentar convencer o STF de que as Forças Armadas o apoiam na briga com Moro.

O presidente tem elogiado o presidente do STF, Dias Toffoli: inclusive, apostando que se Toffoli fosse o relator do caso Ramagem, o escolhido de Bolsonaro para comandar a PF seria liberado a assumir.

No entanto, ministros do STF que conversam com generais foram avisados no domingo (3) de que a fala do presidente foi um movimento individual e que, como repetem, não há risco de golpe com apoio das Forças Armadas. Portanto, se o presidente tem essa ideia, precisará buscar apoio em outro lugar.

Comentário nosso – Pela informação, o Presidente estaria blefando quando diz que conta com apoio total das forças armadas. Parece que a única garantia dele são os já por demais conhecidos parlamentares do Centrão, que foram comprados três vezes por Michel Temer. A primeira vez para aprovar o impeachment de Dilma, possibilitando a posse de Temer, e duas vezes para evitar o impeachment do próprio Temer, em dois processos. Agora estão do outro lado do balcão, dispostos a defender Bolsonaro. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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