As receitas de Bolsonaro podem ser fatais para muita gente

By | 01/04/2021 7:29 am

É ilusório apostar em imunidade de rebanho como solução contra covid, diz USP

(Thais Rodrigues, em  Congresso e Foco em 31/03/2021)

Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) [Reprodução/Divulgação]

Nota técnica divulgada pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) condena a estratégia de se apostar na imunidade coletiva, também chamada de rebanho, como forma de controlar a covid-19. Os pesquisadores afirmam que é ilusório esperar que a progressão da epidemia leve ao seu próprio controle, até porque uma pessoa infectada não ganha imunidade contra o vírus. “Ao contrário, as condições de intensa e contínua transmissão favorecem a aparição de novas variantes do vírus”, diz o documento.

A nota afirma que a Organização Mundial da Saúde tem reiterado que a imunidade coletiva por contágio não é uma opção a ser considerada, tanto por razões científicas, como por razões éticas e jurídicas, por envolver a prática de crimes comuns. “Trata-se de uma estratégia que implica no sofrimento, em sequelas e mortes que poderiam ser evitadas caso um governo cumprisse seu dever de conter a propagação do vírus, prevista no Regulamento Sanitário Internacional.”

Desinformação mata

O texto também critica o que chama de propaganda contra a saúde pública, que inclui a divulgação de notícias falsas por setores do Estado. “Precisa ser coibida e os responsáveis por ela devem ser punidos”, defende. Segundo a faculdade, a disseminação de campanhas contra a vacinação e a favor do uso de remédios sem comprovação científica contribuem para o aumento de mortes no país.

“É urgente que o movimento político de difusão do chamado ‘tratamento precoce’ para a Covid-19 seja investigado e os responsáveis por ele sejam processados e julgados.” Para os pesquisadores, a falsa oposição entre proteção da saúde e proteção da economia deve ser desfeita. “Bom para a economia é conter a pandemia”.

Denúncia contra Bolsonaro

Ontem o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) apresentou uma notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, desde o início da crise de saúde pública no Brasil, e “de modo consciente e deliberado”, Bolsonaro fez uma opção pela chamada “imunidade de rebanho”. O deputado afirma que o presidente estava convicto de que a iniciativa de deixar que as pessoas se infectassem seria suficiente para eliminar a covid-19.

No ano passado, pouco depois de ter se curado da covid-19, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que ter tido a doença havia sido a melhor vacina que ele poderia ter tomado.

 

Nossa opinião -Em algumas autoridades, entre eles, o presidente da República, assim como jornalistas e até médicos defendem a imunidade rebanho, mas o que pode até funcionar em outras doenças, não funciona no caso da COVID19, como não funciona, por exemplo da gripe, doenças em que a cada momento surge uma nova variante, para a qual a imunidade adquirida pode não funcionar. E o que é mais doloroso, no caso da COVID19 é a lógica perversa que existe por trás da imunidade de rebanho. Qual essa lógica: “É melhor deixar todo mundo se contaminar, no fim quem estiver vivo, estará imune!” Ou seja poderemos até alcançar um dia a imunidade de rebanho, mas o resto do rebanho terá morrido!. (LGLM)

 

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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