Como muitos prevíamos, Bolsonaro começa a fazer “gato e sapato” do seu novo Ministro da Saúde

By | 02/04/2021 7:55 am

Tapa na cara do ministro

Pazuello assinou os óbitos de nossos pais e avós; a Queiroga caberão os de nossos filhos e netos

(Ruy Castro, jornalista e escritor, autor das biografias de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues)

Na quarta-feira (31), Jair Bolsonaro aplicou a primeira bofetada no rosto de seu novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. O estalo se fez ouvir nacionalmente, à saída do Planalto, onde, pouco antes, ao lado dos presidentes da Câmara e do Senado, o ministro condenara as aglomerações que multiplicam a transmissão da Covid. Bolsonaro, sem máscara e sem escrúpulo, desautorizou-o —mandou as pessoas para a rua e, bem ao estilo miliciano, ameaçou cortar-lhes os auxílios se não fizerem isso.

O cândido dr. Queiroga que prepare as faces para os próximos tapas a elas reservados. Bolsonaro não hesita em desmoralizar qualquer ministro civil ou fardado que o contrarie minimamente. Neste momento, por exemplo, o grande problema é o lockdown. Queiroga, como médico, sabe que lockdowns temporários e localizados salvariam milhares de vidas. Mas, como não suporta nem ouvir a palavra, Bolsonaro espera que ele os condene com toda ênfase. Em vez disso, Queiroga gagueja que a população deveria cuidar ela própria de não se aglomerar. É pouco e vai lhe custar caro às bochechas.

A equação é simples. Queiroga aceitou ser ministro de um presidente que, pelo exemplo, omissão ou ordens expressas, condena a população à morte. Se se curvar às ordens, como fez Pazuello, passará à história como cúmplice da chacina. Se tentar se conservar à altura de seu diploma, como Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, sairá ou será saído.

Queiroga, em jovem, talvez não contasse com isso ao diplomar-se. Mas, se sujeitar-se a ratificar o chefe, seu nome estará no certificado de óbito dos milhares de brasileiros que morrerão durante sua passagem pela pasta. Talvez centenas de milhares —pela já prevista e assustadora progressão da pandemia entre os mais jovens.

O patético Pazuello foi o coautor dos óbitos de nossos pais e avós. A Queiroga caberão os de nossos filhos e netos.

 

Nossa opinião – A Dra. Ludhmila Hajjar não aceitou ser ministra da Saúde, por que Bolsonaro queria fazer dela “gato e sapato” como fez com o general Pazuello. Nosso conterrâneo Dr. Marcelo Queiroga, ao aceitar o convite já sabia quanto isto ia lhe custar. Já recebeu o primeiro “tapa na cara”. O fato aconteceu poucos minutos depois de Bolsonaro ouvir o Dr. Marcelo condenar as aglomeraçõe que multiplicam a contaminação pela COVID. Ao sair da reunião, Bolsonaro mandou o povo ir para a rua, sob pena de não receber o auxílio emergencial. E o pior, o presidente estava sem máscara, quando o Dr. Queiroga vive advogando “uma pátria de máscaras”. Cadê o “cabra macho de Catolé do Rocha?”. Ou desculpem, De Pombal?. Que como toda a Paraíba tem muito cabra macho. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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