A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia foi sorteada nesta sexta-feira (16) relatora da notícia-crime apresentada pela Polícia Federal contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
A denúncia foi feita pelo então superintendente da PF no Amazonas, o delegado Alexandre Saraiva, que apontou possível atuação de Salles e do senador Telmário Mota (Pros-RR) para atrapalhar investigações ambientais na Amazônia.
A denúncia está relacionada a um suposto beneficiamento de madeireiros ilegais na Amazônia, o que facilita a grilagem de terra na Região Norte.
A denúncia é séria e merece realmente ser apurada. E pior de tudo é que, assim que fez a denúncia, o superintendente foi exonerado pelo novo diretor da PF, Paulo Maiurino, escolhido “a dedo” na tentativa de Bolsonaro de dar cobertura aos seus próprios parentes e amigos, como o fez em passado recente ao escolher o Procurador Geral da República, Augusto Aras, e o novo Ministro de STF, Kássio Nunes Marques.
A maneira como foi exonerado o ex-superintendente da PF no Amazonas deixou claro o caráter de retaliação pela denúncia que fez contra um dos “queridinhos” do Planalto. O Governo deveria ter esperado que o STF se pronunciasse sobre a denúncia para, com base na decisão do Supremo, decidir quem merecia continuar no cargo, o Ministro do Meio Ambiente ou o que o denunciou, que no caso de absolvição do Ministro ficaria desmascarado. Se for comprovada a culpa do Ministro Salles, o Governo é, mais uma vez, desmascarado. (LGLM)