Ramonilson Alves, ou como ficou conhecido na última campanha para prefeito, o Juiz Ramonilson, parece ter decidido continuar na política, como esperavam muitos dos seus amigos e eleitores.
Em entrevista concedida esta semana ao grupo Patos Online, Ramonilson confirmou que deve disputar as próximas eleições, só deixando em aberto qual seria o cargo que disputaria.
Iniciante na política, ele começou bem nas eleições municipais de 2020, concorrendo à prefeitura de Patos, contra um grupo que participa das disputas políticas locais há quase sessenta anos, o chamado grupo Motta.
Edivaldo Motta se elegeu vereador em Patos em 1963, quando foi o segundo mais votado com 549 votos. Foi deputado estadual de 1967 a 1987 e deputado federal de 1987 a 1992, ano em que faleceu. A viúva de Edivaldo, Francisca Motta foi vice-prefeita de Patos de 1993 a 1995 na administração Ivânio Ramalho), deputada estadual de 1995 até 2012 e prefeita de Patos de 2013 a 2016, quando foi afastada da prefeitura. Além disso, o irmão de Edivaldo, Edmilson Motta foi prefeito de Patos de 1977 a 1982. Em 2004, Francisca, liderança inconteste do grupo, conseguiu eleger seu genro, Nabor Wanderley, até então desconhecido politicamente, tendo como única experiência uma candidatura sem sucesso a vice-prefeito de São José de Espinharas. Nabor se reelegeu prefeito em 2008 e foi sucedido por Francisca em 2012 Nabor se elegeu deputado estadual em 2014 e 2018, tendo renunciado em 2020 para assumir a prefeitura de Patos. O neto de Francisca, Hugo Motta, filho de sua filha Ilanna e de Nabor Wanderley, é deputado federal desde 2011, já estando no terceiro mandato.
Nas eleições do ano passado, pouco tempo depois de aposentado como juiz da justiça estadual, Ramonilson Alves lançou-se CANDIDATO a prefeito, enfrentando Nabor Wanderley que partilha com Francisca Motta a liderança do grupo Motta. Filiado em um partido novo, sem apoio de grandes lideranças política e sem dinheiro seu ou de apoiadores para investir na campanha, Ramonilson conseguiu empolgar o eleitorado de oposição ao grupo Motta e obteve 20.280 votos (41,21%) contra os 25.377 votos (51,57%) que deram a vitória a Nabor.
Ramonilson diz ainda estar em dúvidas sobre a que cargo se candidatará no ano que vem. A nosso ver, entretanto, ele tem tudo para se eleger como CANDIDATO a deputado estadual. É uma candidatura que depende muito menos de recursos financeiros do que uma candidatura a deputado federal, quando se sabe que os CANDIDATOS a deputado federal têm que financiar a própria candidatura e a dos CANDIDATOS e deputado estadual que o apoiam. Por outro, lado ele poderá se eleger só com os votos da região do entorno de Patos, onde, por influência do seu trabalho em Patos é mais conhecido. Além, Patos tem uma tradição de votar nos CANDIDATOS da terra e de eleger deputado na eleição seguinte, os CANDIDATOS a prefeito que deixou de eleger na eleição anterior.
Claro que a possível candidatura de Francisca Motta a deputada estadual vai dividir o eleitorado patoense, mas a região tem votos suficientes para eleger os dois e até um terceiro como já aconteceu em várias eleições. Este terceiro poderia ser o Dr. Érico Djan, não fora a pálida atuação quem vem tendo como deputado estadual nestes dois anos e meio de mandato.
Entendemos que o Dr. Ramonilson Alves vai optar pela candidatura a deputado estadual e tem tudo para obter sucesso, pela sua história de vida e pela proposta de fazer da política uma missão de serviço da comunidade e não um meio de vida, como a maioria dos políticos. E muitos amigos seus já estão se mobilizando no sentido de apoiá-lo e votar nele, nas próximas eleições. (LGLM)