(José Romildo Sousa, escritor, poeta, historiador e consultor cultural)
O Hotel JK Ltda foi construído com recursos provenientes do IAPC (Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciantes) no governo do prefeito Bivar Olintho de Melo e Silva, tendo o lançamento da pedra fundamental acontecido no da 11 de abril de 1961, na presença de várias autoridades locais e com a bênção do padre Levi Rodrigues.
A firma construtora responsável pela obra foi a Nordeste Engenharia e Comércio Ltda, de propriedade do Sr. José Uchôa, que teve na oportunidade como engenheiro responsável, José Bezerra e atuando como mestre o Sr. Geraldino Pereira Duda.
A inauguração do hotel, que recebeu o nome de JK, uma homenagem do povo de Patos ao ex-presidente da República, deu-se no dia 02 de fevereiro de 1962, com grande participação popular e de várias autoridades, inclusive o homenageado, Juscelino Kubischek de Oliveira.
As atividades do dia da inauguração do Hotel JK. tiveram início logo cedo, conforme agendada, na manhã do domingo, 02 de fevereiro, quando a Filarmônica Municipal 26 de Julho despertou a cidade com seus belíssimos acordes.
Na parte da tarde, dentro da programação, enfrentaram-se no Campo do Ginásio as equipes do Esporte de Patos, comandado por Zéu Palmeira e o Esporte do Recife, que trazia como dirigente, Antônio Palmeira.
Para um jogo festivo não poderia haver placar diferente: 1X1; segundo Perequeté e Mazinho que participaram da partida. O atleta Sales marcou para o time de Patos logo aos 7 minutos do primeiro tempo, enquanto que Bittencourt, para o representante da capital pernambucana, no finalzinho do segundo tempo.
No final do dia, a população de Patos se concentrou na avenida Pedro Firmino e, aplaudiu euforicamente a passagem de ex-presidente Juscelino com toda a sua comitiva.
Para o Hotel estava reservado o ponto alto da festa, quando várias personalidades fizeram uso da palavra, culminando com o pronunciamento do homenageado que, sob grande salva de palmas, deu por inaugurado o JK. Em seguida foi oferecido um jantar para todos os convidados.
No final da noite, fechando o dia com chave de ouro, o Patos Tênis Clube abriu suas portas e promoveu um grande baile, animado pelos “Tabajaras”, para as autoridades, visitantes e convidados.
O Hotel J.K. ocupa um terreno de 3.867,49 metros quadrados, sendo 1,814,66 metros quadrados de área coberta. Possui 58 apartamentos, sendo 04 suítes, recepção, sala de reunião, restaurante (café da manhã); cozinha, auditório, piscinas, entre outros cômodos. Dispõe ainda de estacionamento, na lateral, para 20 veículos.
Sua linha arquitetônica, segundo Dr. José Tota foi idealizado pelo arquiteto Osmar Niemeyer, por solicitação do amigo Drault Ernani, que era irmão do ex-prefeito Bivar Olintho de Melo e Silva, na gestão do qual o JK foi construído.
Quanto aos gerentes que coordenaram as atividades do Hotel J.K., o primeiro foi Roberto Gentil, que teve como sucessor, Oliveira Ramos, o qual permaneceu na função por um período de seis meses. No ano de 1963, o Hotel foi arrendado a Domingos Lugo que o dirigiu até 1973, quando se iniciou a substanciosa fase de Sigismundo Souto Maior, que o devolveu à edilidade patoense em 02 de junho de 1995. Após a saída de Souto Maior, o Hotel passou por um bom período fechado, exatamente, 3 anos.
Em 1998, a edilidade patoense através de Edital de Concorrência nº 001/98, do tipo “Maior Lance ou Oferta”, que tratava da alienação do imóvel conhecido por Hotel JK, oportunizou o Sr. Jorge Camelo gerenciá-lo, o que acontece até os dias atuais. A nova inauguração do Hotel JK se deu dois anos depois (2000), após ser realizada a reforma total do equipamento.
Foram muitos os artistas que se hospedaram no JK, a exemplo de Nelson Gonçalves, Sílvio Caldas, Márcio Grey, Nilton Cézar, Adilson Ramos, Altemar Dutra, Agnaldo Timóteo, Roberto Carlos, Wanderley Cardoso, Jerry Adriano, Nelson Ferreira e sua Orquestra, Bolinha, Grupo Dominó, Sérgio Reis, Ronny Von, Léo Jaime, Leandro e Leonardo, Bolinha, Alceu Valença, Reginaldo Rossi, José Augusto, Cichete com Banana. Tiveram também os que fizeram uso das instalações do hotel para realizarem suas apresentações, como: Íris Miranda, Trio Irakitan, Sete Homens de Ouro, Ogírio Cavalcante, Sivuca, Roberto Muller e Cantores de Ébano, muitos destes últimos foram acompanhados por “Vavá e seu conjunto. As “tertúlias” na boite do JK fizeram muito sucesso, com os conjuntos Os Jovens e os Z 7.
Segundo Francisco Gonçalves da Silva, que trabalhou no JK de 1973 a 1993, no período de arrendamento de Sigismundo Souto Maior, o cantou Ronny Von, o Grupo Dominó e Sérgio Reis foram os artistas que tiveram maiores dificuldades em deixar o hotel para irem para seus shows; inclusive, tiveram que sair pela porta dos fundos do estabelecimento, após montado um forte esquema de segurança.
Pelo JK passaram ainda grandes clubes do futebol brasileiro: Fluminense, Vasco e Botafogo, todos do Rio de Janeiro; Santa Cruz, Esporte e Náutico, times do Recife; e, Ceará, América e Ferroviária, estes últimos da capital Alencarina.
Pela importância arquitetônica e por tudo que o JK representa para a história da hotelaria patoense, considerada por muitos como o maior e mais moderno de todo o sertão da paraíba, merece ser recomendado por todos que o conhecem, aos turismos que desejam visitar a Morada do Sol.