A Banda de Música é indiscutivelmente a instituição cultural mais importante do patrimônio artístico de uma cidade. É a sua memória viva: sempre se fazendo presente nos seus grandes acontecimentos: seja animando o pavilhão da festa da padroeira, acompanhando o féretro de uma personalidade ilustre ou participando da inauguração de uma obra pública. Seus acordes ultrapassam o espaço e o tempo e ganham lugar na imaginação fértil de cada pessoa, que não os deixam de associar a fatos que se tornaram inesquecíveis, principalmente, pela sua importância afetiva. É como diz o competentíssimo musicólogo paraibano Domingos de Azevedo Ribeiro ao se referir a esta entidade: “É, realmente, o Conservatório de cada cidade. De constituição das mais democráticas, tanto no passado como no presente, seu objetivo é proporcionar música para o agrado do povo”.
A primeira instituição musical de que se tem notícia data do início do século e tinha como Maestro Juca Trindade. Depois veio a Banda Epitácio Pessoa, de propriedade do chefe político da região, Major Miguel Sátyro. Seu orientador era João Noberto que contava com os seguintes músicos: Pedro de Sousa, Chiquinho Fenelon, Basto Queiroz, Benvenuto do Bombo, Braz Guilherme, Noé Trajano, Maciel Nóbrega, Mizael de Sousa, José Florentino Júnior e Maneco Duêlico. Sobre esta banda o Dr. Ernani Sátyro escreveu em seu livro Grande é a vida: “Parece-me ouvir os dobrados da Filarmônica Epitácio Pessoa, num retrato de 1917. O Bombardeiro da Bahia, Epitácio Pessoa e outros dobrados famosos que nos ajudaram a ganhar a campanha de 1915. Eu, com 4 ou 5 anos também ajudei, pelo menos a cantar e gritar. Pois a Banda de música do Coronel Miguel Sátyro não está parada no retrato. Ela toca de verdade, basta olhar para o Mestre Enéas, sentado ao lado do chefe político e deputado estadual”.
Nesta mesma época, Seu Chiquinho Wanderley, genitor do inolvidável escritor Allyrio Meia Wanderley também comandava a sua Filarmônica Patoense.
Com a vinda do II Batalhão de Polícia para Patos em 1926, a sociedade ganhou mais uma banda; e, esta tinha como instrutor o Sargento Ribeiro e o seu corneteiro oficial era Mané dos Santos. Ainda faziam parte dela os componentes: Inácio Pagô, João Batista dos Santos, Egídio Rumão, Zuca Gomes, Zuca Formiga e Adelgício. Também de destaque a Banda do III Batalhão de Polícia.
Neste período foi também criada por Anézio Leão a “Furiosa”, designação dada a Filarmônica Municipal 26 de Julho, pelo Maestro Saraiva, que no dia de amanhã, segunda-feira, estará completando 90 anos de muitas atividades realizadas nos festejos e eventos públicos da sociedade patoense.
Dentro de todo este contexto, uma das bandas que foi por último fundada na Morada do Sol, através do empenho do Maestro Zé da Trompa foi a Banda Mirim 24 de Outubro (1983), que tinha a finalidade de disponibilizar músicos para engrossar as fileiras da Filarmônica Municipal 26 de Julho. Infelizmente, esta aplaudível iniciativa já não mais faz parte do nosso sistema musical.