PATOS E OS 80 ANOS DO BANCO DO BRASIL

By | 30/07/2021 12:18 pm
(José Romildo Sousa, Escritor, poeta, historiador e consultor cultural)
O Banco do Brasil foi a primeira instituição bancária a ser criada no país, em 12 de outubro de 1808, no Rio de Janeiro, pelo imperador Dom João VI. Na Paraíba, o dia 1º de abril de 1916 registra a sua fundação, cuja agência foi aberta ao público aos 18 dias do mesmo mês, conforme noticiou o jornal “A União”. A Agência situava-se na rua Maciel Pinheiro, nº 76, tendo como gerente o Sr. José Joaquim Monteiro de Andrade e como contador o Sr. Demétrio Bastos.
Severino Bezerra de França, 1º gerente
Na cidade de Patos – PB, a inauguração da agência do Banco do Brasil, ocorreu no dia 28 de julho de 1941 e, na oportunidade se fizeram presentes as seguintes autoridades: Bivar Olyntho de Mello e Silva (que foi o primeiro cliente do banco, a fazer um depósito no valor de dois contos de réis), Milton Vieira, Padre Fernando Gomes dos Santos, Antônio Fragoso Cavalcante, Severino Bezerra Cabral, Antônio Pinto Coelho e Manuel Feliciano de Medeiros. Na ocasião, foi empossado Severino Bezerra de França, o primeiro gerente da unidade financeira.
Quanto ao prédio escolhido para instalação da agência, foi alugado na rua Solon de Lucena, o de nº 18, ponto de convergência das lojas comerciais da cidade, que ficava vizinho ao 1º andar (palito) da Livraria Santa Rita, pertencente ao Sr. Otílio Ferreira de Sousa, pai do ex-vereador Juraci Dantas. Tempos depois o local foi utilizado pelo Armazém Zizi. Por incrível coincidência, 50 anos depois quando se fez necessário a reforma da agência em atividade, foi alugado o mesmo local para servir de posto provisório aos atendimentos dos clientes enquanto as obras eram concluídas.
Por um período de 11 anos, Severino Bezerra de França (1941-1952) que ficou sendo mais conhecido por “Seu França”, esteve a frente do banco de Patos, procurando ser mais um membro da sociedade patoense que trabalhava na busca do desenvolvimento da região das Espinharas, articulando meios para ajudar o comércio, a indústria e a agricultura. Também passaram pela gerência do Banco do Brasil, entre outros os senhores: João Furtado, Vanildo Ismael, Geraldo Monteiro da Cruz, Geraldo Moreira de Medeiros, Júlio Neto, Paulo Formiga, Edson Pajeaux Gonçalves e Francisco Josean Freire Santos
Segundo prédio da agência do Banco do Brasil
Em 22 de agosto de 1954 a agência do Banco do Brasil mudou-se para o prédio localizado na esquina das ruas Bossuet Wanderley e Epitácio Pessoa, atualmente ocupado pelo posto Paizão, que pertencia ao empresário Hardman Cavalcante Pinto, sendo gerenciado naquele momento pelo senhor Robson Marsíglia. A solenidade de inauguração foi prestigiada pelo governador João Fernandes de Lima.
Somente em 07 de março de 1972, a agência do Banco do Brasil de Patos ganhou sua sede própria, em um prédio mais moderno e adequado para funcionários e clientes, situado no nº 76, da rua Epitácio Pessoa. Na sua inauguração, entre outras autoridades, se fizeram presentes: o governador Clóvis Bezerra, o ex-governador João Agripino, senador Rui Carneiro e, representando a Diretoria Nacional, o senhor Camilo Calazans de Magalhães, responsável pela carteira de crédito na região nordeste. A benção foi confiada ao padre Joaquim de Assis Ferreira.
Em depoimento, Luiz Gonzaga Lima de Morais que trabalhou por mais de duas décadas no Banco do Brasil relatou: o Banco procurava incentivar o comércio, a indústria e agricultura, sendo o principal instrumento de fomento do Governo Federal. Era o tempo de juros subsidiados e até a custo zero. Meu saudoso amigo Evilásio Ayres, comerciante e agropecuarista, me confidenciou certa vez: “Luiz tudo o que sou e o que tenho, devo ao Banco do Brasil, onde nunca me faltou o crédito e o incentivo para investir e desenvolver minhas atividades”. E continuou Gonzaga: “E eu ouvi isto de muitos outros clientes com quem tenho conversado pelo menos nos últimos cinquenta anos”.
Ainda segundo o antigo funcionário do banco, Sr. Pedro Queiroz, que foi o sucessor de Seu Franca na direção da agência, socializou que no início dos trabalhos a equipe de funcionários do banco era constituída de um gerente, um subgerente, dois funcionários e um contínuo. Em pouco tempo, informou ele: com o incremento das atividades, ingressaram na instituição: Evandro Fragoso, Manoel Fernandes de Oliveira (contador), Pedro Alves de Queiroz, Erasmo Godofredo Maia, Assis Cavalcanti, Belizário Ramos, João Furtado, Juarez Guedes, Euclides Gomes de Brito, José Gomes e Antônio Caroca.
Mesmo diante da pandemia da COVID-19 que vem causando sérios problemas a humanidade, a direção do Banco do Brasil de Patos, através do seu gerente Antônio Marcos da Silva Victor em consonância com parecer dos seus funcionários, tomando todas as medidas preventivas necessárias, resolveu não deixar tão importante data sem registro e o 80º aniversário da instituição financeira foi marcada com uma alvorada da Filarmônica Municipal 26 de Julho e um evento realizado no 2º pavimento da agência, no dia 28 de julho do corrente ano, onde um vídeo foi apresentado sobre a evolução histórica, econômica e social do Banco, sendo em seguida entregue várias comendas a autoridades, clientes pioneiros e antigos funcionários.
Nossa opinião
Na condição de funcionário e radialista transmiti, para Rádio Espinharas, o ato de inauguração do prédio atual da agência em 07 de março de 1972. (LGLM)

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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