PM de SP ‘encosta’ coronel que convocou colegas a participar de ato pró-Bolsonaro

By | 25/08/2021 2:03 pm

Ex-comandante de batalhões no interior, coronel Lacerda vai para Estado-Maior Especial; ele é alvo de investigação da corregedoria após ‘Estadão’ revelar postagens políticas em mídias sociais, conduta vedada a policiais da ativa

(Marcelo Godoy, no Estadão, em 25/08/2021)

O coronel Aleksander Lacerda foi designado nesta quarta-feira, 25, pelo comando da Polícia Militar para o Estado-Maior Especial. O órgão é conhecido popularmente entre policiais como “Nasa”, o lugar em que um coronel é “encostado” para não ficar sem função. Lacerda foi afastado do Comando de Policiamento do Interior-7 (CPI-7) após convocar seus”amigos” a participar da manifestação bolsonarista de 7 de Setembro.

 

Aleksander Lacerda
O coronel da PM Aleksander Lacerda, responsável pelo Comando de Policiamento do Interior-7 Foto: Diego Gama/Câmara Municipal de Sorocaba (3/8/2020)

Após afastar coronel da PM, Doria alerta governadores sobre risco de militantes armados nas ruas

Em quase 400 mensagens publicadas entre os dias 1 e 22 de agosto em suas redes sociais, ele também criticou e ofendeu ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), chamou o governador João Doria (PSDB) de “cepa indiana” e classificou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), de “covarde”.

Para seu lugar, o comando da PM designou o coronel Edson Luís da Silva Simeira, que comandava até então o policiamento na região central de São Paulo, o Comando de Policiamento de Área Metropolitanao-1 (CPA-M1). E, para o lugar de Simeira, foi nomeado o coronel Marcos de Paula Barreto.

As nomeações foram publicadas nesta quarta no Diário Oficial do Estado. Além de ser afastado, Lacerda terá seu caso examinado pela Corregedoria da PM. O comando da PM não informou ainda que tipo de procedimento foi aberto para apurar a conduta do coronel.

Em entrevista ao Estadão, o ex-comandante do Policiamento da capital (CPC), coronel Glauco Carvalho, afirmou que o afastamento de Lacerda é pouco diante da gravidade de seu ato. O coronel defende que o colega seja punido severamente do ponto de vista administrativo e do ponto de vista penal-militar.

“A tropa precisa saber que o bumbo bate no pé direito”, afirmou o coronel. Para ele, o afastamento é punição branda. “Quero salientar que o coronel Aleksander é meu amigo. Foi meu aluno no Curso Superior de Polícia; é um bom oficial. A despeito disso, fico com a lei, com os princípios e os valores da instituição. Ele tem de ser severamente punido”.

Comentário

Comentário

Category: Blog

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *