O texto pediu o indiciamento do presidente por nove crimes. Em reunião na noite de ontem, os senadores do chamado G-7 entraram em acordo para retirar do relatório os crimes de homicídio qualificado e genocídio de indígenas atribuídos ao chefe do Executivo. O documento tem mais de 1.100 páginas, distribuídas em 16 capítulos.
Além de Bolsonaro, o parecer também propôs o indiciamento de filhos do presidente, empresários, médicos, ministros e ex-ministros, somando 66 pessoas. As empresas VTCLog e Precisa Medicamentos também foram enquadradas.
Para Renan, o governo foi omisso e agiu de forma “não técnica e desidiosa” no enfrentamento da pandemia, expondo “deliberadamente” a população ao risco de infecção.
O documento ainda deve trazer 16 proposições legislativas, entre elas, a criação de uma pensão especial para os órfãos da covid.
Antes do início da leitura do parecer final, durante pronunciamento em Russas, no Ceará, Bolsonaro criticou os trabalhos feitos pela comissão e disse “não ter culpa de nada”. “Nada produziram a não ser o ódio e o rancor entre alguns de nós”, afirmou. Filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro disse em entrevista que o chefe do Planalto receberá o relatório com gargalhadas.
Caso aprovadas pela CPI, as propostas de indiciamento contidas no relatório devem ser encaminhadas ao Ministério Público Federal, à Câmara dos Deputados e até ao Tribunal Penal Internacional, em Haia, para que se promova a eventual responsabilização civil, criminal e política dos acusados.
O relatório será votado pelos integrantes da comissão na próxima terça-feira, 26. Pelo menos dois senadores governistas já anunciaram que apresentarão seus votos em separado, ou seja, um relatório próprio sobre a atuação da CPI.