(Luiz Gonzaga Lima de Morais)
Muita gente esquece que o direito da população como um todo é, em tudo, superior ao direito individual.
Há algum tempo, quando se discutia a necessidade de implantação de uma empresa de ônibus em Patos, houve quem levantasse o argumento de que uma empresa de ônibus ia prejudicar os taxistas e mototaxistas. Defendia o direito de centenas destes profissionais, contra o interesse de milhares de idosos, deficientes e trabalhadores a quem um empresa de ônibus iria beneficiar.
A mesma coisa se dá agora, quando se anuncia a reimplantação, em Patos, da zona azul. Alega-se que a empresa que vai operar a zona azul não vai utilizar a mão-de-obra local, esquecendo que a zona azul cobrará um preço mais razoável, justamente porque utiliza menos mão de obra e com isso beneficia a todos.
Alega que a zona azul vai prejudicar os pequenos empresários e os camelôs, esquecendo dos milhares que vão ser beneficiados, quando procurarem um local para estacionar e encontrarem com mais facilidade, mesmo pagando dois reais por isso. Neste caso estão, justamente, pessoas que vão fazer algumas compras aos pequenos comerciantes e camelôs e aquelas que se dirigem a um médico ou dentista em busca de assistência ou a uma farmácia ou laboratório por um remédio ou exame.
O cidadão comum nunca deve perder de vista que o seu interesse está incluído no interesse de todos e ao atrapalhar o interesse de toda a população está frustrando o seu próprio interesse.
Infelizmente, esta visão estreita, ainda existe em muita gente que deveria ver acima de tudo o interesse da comunidade. Um vereador que vota contra o interesse da população porque vai perder votos ou ficar malvisto, mostra despreparo para a função para a qual, por engano, o elegeram, pois deveria defender o interesse de toda a população e não o interesse de alguns poucos.
Podem prestar a atenção. Todos os argumentos levantados contra a zona azul são interesses de grupos, em prejuízo da população como um todo.
Admitimos que uma despesa de dois reais por dia pode impactar o orçamento de um trabalhador, mas geralmente o trabalhador tem moto, e sua despesa será muito pouca, enquanto quem se desloca de carro é porque pode gastar com combustível e com dois reais de estacionamento.
E aqui uma sugestão. Não sei se há previsão neste sentido. Aqueles que precisam vir de carro todo dia, poderiam fazer um contrato mensal com a empresa da zona azul, pagando uma mensalidade menor para estacionar todo dia.
Entendemos que o contrato entre prefeitura e a empresa que vai operar a zona azul pode ser melhorado, como já se fez ao dar uma carência de duas horas para os que se deslocam de moto. Além da carência, poder-se-ia estipular para motos, uma taxa mínima, de cinquenta centavos, já que numa vaga de carro cabem com folga quatro motos. Aos deficientes e idosos já se garante vaga de estacionamento e poderia até dar também uma redução de taxa se ele precisa se deslocar todo dia, embora tenha muito deficiente e muito idoso que renda suficiente para pagar uma taxa de estacionamento.
A zona azul vem aí. Que seja benvinda. Que a empresa trabalhe com eficiência e que ganhe honestamente o dinheiro que sua atividade vai proporcionar, como todas aquelas empresas a quem com certeza vai também beneficiar. Temos certeza de que empresários e camelôs lucrarão por dia, com o acesso mais fácil ao comércio, de modo geral, muito mais do que os dois reais do estacionamento. E se o trabalhador já pôde comprar o seu carrinho, parabéns para ele pelo seu sucesso. Temos certeza de que está ganhando o suficiente para pagar pelo combustível e pelo estacionamento.