“Quem é do mar não enjoa”, diz Pedro Cunha Lima sobre possível candidatura de Cássio
O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) não descarta a possibilidade de o pai – o ex-governador Cássio Cunha Lima – voltar à atividade política disputando um mandato eletivo em 2022. “Quem é do mar não enjoa”, disse o parlamentar, explicando que, apesar de estar totalmente dedicado à iniciativa privada, o ex-senador não abandonou a política, podendo, se preciso, concorrer a um cargo no pleito do próximo ano.
A declaração de Pedro ocorreu durante entrevista ao programa Correio Debate (rádio 98.3 FM), nesta terça-feira, quando abordava o movimento envolvendo o ex-prefeito Romero Rodrigues, especialmente as informações sobre a decisão do aliado de não ser candidato a governador e até de aderir ao esquema do governador João Azevedo.
A possibilidade da candidatura de Cássio foi abordada neste contexto. Pedro disse considerar difícil que Cássio abandone o escritório de consultoria em Brasília para se candidatar de imediato, mas avaliou que as circunstâncias podem levá-lo a rever seu projeto de vida no momento.
Romero
Sobre Romero, o deputado Pedro Cunha Lima fez questão de frisar que o grupo Cunha Lima não deixou de apoiar sua possível candidatura ao governo do Estado e rechaçou com veemência qualquer insinuação de traição. “Não faz o menor sentido. A relação com Romero é histórica e sempre foi de absoluto respeito. Romero é nosso candidato”, reafirmou.
Com a declaração, Pedro estava desmentindo boatos de que o ex-governador Cássio Cunha Lima havia estabelecido a possibilidade de aliança com o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), durante cafezinhos em Brasília. “Nunca houve essa cogitação”, assegurou.
Embora tenha negado a articulação, Pedro Cunha Lima deixou em aberto a possibilidade futura de aproximação com o senador Veneziano.
Indagado se considerava que a campanha de Veneziano em 2018 havia também sido financiada pela Cruz Vermelha, Pedro amenizou em relação ao presidente estadual do MDB, mas foi duro no tocante ao governador João Azevedo, que, segundo ele, teria sido eleito com recursos desviados da Saúde.
Nossa opinião
- Não tenho maiores informações sobre as intenções do grupo Cunha Lima, mas entendo que há espaço para uma candidatura de oposição. A manifestação de André Gadelha, de que de maneira alguma se enfileirará com a candidatura de João Azevedo, mesmo com a adesão de Romero Rodrigues, mostrou onde está o espaço para a oposição ao atual governador. Como acontece com todo governante, a maioria dos que “estão com o queixo na gamela”, como dizia o inolvidável Zé Cavalcanti, se referindo aos prefeitos que estão usufruindo de benefícios do governo estadual, são fiéis ao governantes de plantão, pelo menos até às eleições. Mas em quase todo o município há uma oposição, grande ou pequena, e esta oposição, quase sempre, está órfã das benesses do poder. É aí que fica o pasto da oposição ao governador da vez. Além do mais, os candidatos a deputado que não são beneficiados pelo governo e estão e disputam as eleições contra concorrentes abonados, precisam de um palanque forte sem não quiserem morrer à mingua. Por isso sempre há margem para a oposição. Só. para termos um exemplo, mais próximo. Na condição de crítico da prática política do grupo Motta, Dr. Ramonilson teria condições de subir no mesmo palanque de Nabor Wanderley e Chica Motta? Achamos difícil, por que neste caso ele estaria renunciando à sua ideia de lutar pela renovação política. Este é apenas um exemplo, mas muitos outros você encontrará pelo Estado afora. Claro que os áulicos (ou puxa-sacos, na sua maioria) de João Azevedo, cantam o hino do “já ganhou”, mas isso a nosso ver, não são favas contadas. Cássio, Maranhão, Ricardo Coutinho “eram animais políticos”, João Azevedo, à vista deles é um mero aprendiz. Embora rodeado de um bando de raposas. Que por coincidência é um animal covarde, sempre pronto para fugir “com o rabo entre as pernas”, diante de quem latir mais alto. (LGLM)