Presidente dos sapateiros pede socorro, mas a categoria tem culpa na situação

By | 27/10/2021 7:58 am

Presidente da Associação dos sapateiros fala que a categoria está em situação difícil, e pede ajuda das autoridades públicas

O presidente da Associação dos Sapateiros de Patos(ASPA), Veridiano da Silva Martins(Viana), disse nesta terça-feira, (26), no jornal Espinharas Notícia da Rádio Espinharas 97,9 FM de Patos, que o potencial de produção do setor calçadista de Patos precisa de maiores investimentos para .

Segundo Viana, a produção de calçados de Patos está sendo vendido para municípios de Caruaru e Santa Cruz-PE, e do município de Franca-SP, que utiliza a produção do município para a exportação do produto a preços baixos.

“Caruaru, Santa Cruz, tudo compra em Patos, e agora Franca, São Paulo, também está comprando a Patos, e em grande produção. Isso é uma tendência de que essa produção sai de Patos para Franca para exportação, mas com CNPJ de Franca, embora a produção seja de Patos”, explicou o representante dos sapateiros.

Veridiano acrescentou que o município precisa discutir políticas públicas para o desenvolvimento do setor, que concorre diretamente com a produção de Campina Grande e supera em qualidade de mercado, a fabricação do pólo calçadista da capital do estado.

Ele considerou que as vendas do setor calçadista patoense são responsáveis por um impacto positivo na geração de emprego e renda, mas carece de um maior investimento para o setor.

Nossa opinião

  • Nasci no meio de sapateiros, onde ainda hoje militam muitos parentes e amigos e tenho pena da situação a que chegou parte da categoria, principalmente os “gangorreiros” e seus companheiros de trabalho. De um lado falta o apoio do poder público, e do outro lado falta organização, em que pese a luta de Viana e outros denodados companheiros na tentativa de organizar a categoria.  O poder público poderia construir galpões e dotá-los de um estrutura mínima, com as máquinas mais comuns, para que os pequenos empreendedores pudessem trabalhar. Estes galpões poderiam ser construídos naqueles bairros onde houvesse um bom grupo de “gangorras” funcionando precariamente. Os sapateiros por outro lado, deveriam se unir numa cooperativa que forneceria uma estrutura de trabalho nas duas pontas, contando para isso com o apoio da administração municipal. A cooperativa compraria os insumos necessários para o trabalho dos sapateiros: sola, cromo, linha, cola e outros. E poderia também adquirir máquinas mais sofisticadas para por à disposição dos profissionais e seus ajudantes. Por outro lado, a cooperativa se encarregaria de criar um estrutura de vendas, que se encarregaria de comercializar os excelentes produtos que nós temos condições de produzir em Patos. Estas vendas poderiam ser feitas inclusive para o exterior, como estão fazendo outros produtores, inclusive,  utilizando produtos comprados de Patos, para exportar como se fosse produção deles próprios, como informa Viana.
  • Não adianta o apelo de Viana se não for ouvido pelos dois lados. Se a administração municipal não se comprometer a fornecer uma estrutura mínima e se os próprios trabalhadores não se organizarem nos sistema cooperativista. Isto é o que se faz, no mundo todo. No Sul do pais, por exemplo, existem cooperativas de tudo. De criadores de gado, porcos, perus e galinhas. De produtores de leite, de carne, de feijão, de milho, arroz e assim por diante. Este é o caminho dos pequenos. E as cooperativas, sempre a serviço dos seus associados, muitas vezes viram grandes empresas, conseguindo altos lucros que são divididos com os seus  associados.  As grandes cooperativas, muitas vezes, chegam a funcionar como verdadeiros bancos financiando os seus associados, fora do processo produtivo.
  • Não adianta a categoria dos sapateiros ficar sempre esperando o socorro do Poder Público. Eles precisam fazer a sua parte, se organizando para aproveitar aquilo que o Poder Público lhe oferecer. Sem isso vão sempre continuar na pindaíba, enquanto uns poucos enriquecem, justamente por conta da desorganização dos pequenos. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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