Com 1.087 contratações e 1.606 demissões, a construção civil apresentou um saldo negativo de 519 empregos com carteira assinada em Patos, segundo o cadastro geral de empregados e Desempregados do Ministério da Economia-CAGED, referentes ao período janeiro a agosto de 2021.
O segmento responde por 28,32% dos empregos 3.837 empregos formais de Patos, mas nos últimos meses vem registrando saldo negativo na geração de emprego, aumentando o número de trabalhadores do setor, que estão desempregados na cidade.
Em comparação com o mesmo período de 2020, o segmento registrava apenas 256 contratações e 277 demissões, saldo negativo de 21 empregos formais, resultado que repercute o impacto provocado pela pandemia da covid-19.
Ainda segundo o Caged, o município de Patos apresentou saldo positivo de 107 empregos com carteira assinada somando os dados de janeiro a setembro de 2021. Foram 3.837 contratações e 3.730 demissões registradas no município.
FISCALIZAÇÕES
De acordo com informações do auditor Luiz Gonzaga Lima de Morais, do Ministério da Economia, as estatísticas de admissões de trabalhadores fornecidas pelo CAGED refletem também o resultado das fiscalizações realizadas em diversas empresas ao longo do ano.
Isso inclue os contratos intermitentes, que emglobam também os trabalhadores que são convocados para o trabalho de acordo com a necessidade da empresa.
Nossa Opinião
- Os números são preocupantes, mas condizem com a realidade da atividade. As construtoras estão sentindo o encalhe das unidades disponíveis para a venda e a tendência é haver uma queda de preço depois do fim da pandemia, pela quantidade de construções para a venda e a baixa procura pelos compradores por conta da perda do poder aquisitivo da população. Muitas empresas que ainda estão construindo têm diminuído o ritmo da construção, dispensando ou deixando de contratar trabalhadores para não ficarem com unidades encalhadas depois de terminada a construção. Com relação às estatísticas, a gente só tem certeza da quantidade de trabalhadores demitidos, já que muitos informados como admitidos o foram pelo contrato intermitente. O contrato que é feito sem garantia de que haverá trabalho e ,consequentemente, remuneração. Os trabalhadores desempregados se sujeitam a este tipo de contrato aventurando garantir um futuro trabalho quando a empresa precisar. Este tipo de contrato, assim como o contrato por tempo parcial, quando o trabalhador trabalha apenas algumas horas por semana, terminam mascarando as estatísticas. Um trabalhador a tempo parcial corresponde a meio trabalhador. Um trabalhador com contrato intermitente muitas vezes é um trabalhador correspondente a zero trabalho, embora apareça nas estatística como se estivesse trabalhando. Esta realidade nós acompanhamos de perto, quando na atividade como auditor fiscal do trabalho, função da qual nos aposentamos, mas “como o costume do cachimbo, deixa a boca torta”, continuamos acompanhando as diversas atividades que fiscalizávamos, inclusive trocando informações com empresários, contadores e colegas auditores ainda em atividade. Agora no interesse do jornalismo. (LGLM)