Governo Bolsonaro já puniu ou demitiu 18 delegados da PF em retaliação

By | 13/11/2021 8:22 am

Gestão de Jair Bolsonaro costuma não perdoar quem vai contra seus interesses ao fazer o seu trabalho

 

Jair Bolsonaro]
Hugo Barreto/Metrópoles
A delegada da PF Silvia Amélia foi a 18ª da carreira a ser punida por atingir os interesses do presidente Bolsonaro ao fazer o seu trabalho. Ela chefiava a Diretoria de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça (DRCI), órgão do Ministério da Justiça que é responsável por pedidos de extradição, e formalizou a solicitação para que os Estados Unidos prendam e extraditem o ativista bolsonarista Allan dos Santos, próximo da família presidencial, cuja ordem de prisão foi ordenada pelo STF. Ato contínuo, foi removida da função.

– Ricardo Saadi. Vítima da intriga de policiais bolsonaristas no RJ. Ele era superintendente da PF no RJ, e sua troca foi anunciada na portaria do Palácio do Alvorada, em agosto de 2019.

– Maurício Valeixo. Ex-diretor-geral da PF, entrou no radar bolsonarista quando defendeu Saadi e contradisse Bolsonaro dizendo o desejo de Bolsonaro demiti-lo não era por produtividade, como havia alegado o presidente.

– Rolando de Souza. Ex-diretor que substituiu Valeixo, resistiu à pressão de Bolsonaro, que queria trocar alguns cargos na PF.

– Bernardo Guidali Amaral. Delegado do Serviço de Inquéritos Especiais, pediu a abertura de um inquérito para investigar Dias Toffoli, acusado de receber propina de R$ 4 milhões em troca de uma decisão do TSE. Foi rifado em um gesto de aproximação de Bolsonaro com o magistrado

– Hugo Correia. Ex-superintendente do DF, acusado de dar liberdade demasiada para seus subordinados que investigavam o círculo bolsonarista.

– Alexandre Saraiva. Delegado no Amazonas, investigou Ricardo Salles na operação que o relacionou com um grupo que exportava madeira da Amazônia ilegalmente.

– Thiago Leão. Delegado responsável pela operação Handroanthus, responsável pela maior apreensão de madeira ilegal da história da PF e que também investigava Ricardo Salles.

– Max Eduardo Pinheiro. Teve uma promoção no Amapá negada porque teria autorizado Alexandre Saraiva a dar entrevista sobre investigação sobre Salles.

– Franco Perazzoni. A sua ida para a chefia do combate ao crime organizado no Distrito Federal foi vetada depois que negou acesso à cúpula da PF acesso ao inquérito que investigava Salles.

– Rodrigo Fernandes. Delegado que investigou o atentado contra Bolsonaro. Ele concluiu que não foi um complô da esquerda e, por isso, teve sua promoção negada.

– Graziela Costa e Silva. A delegada coordenou um abaixo-assinado em apoio a Felipe Leal. Ela também teve uma promoção negada.

– Carla Patrícia Cintra Barros da Cunha. Ela foi removida da chefia da Superintendência de Pernambuco porque apoiadores do presidente apontavam supostas ligações da delegada com o governo do estado, do PSB.

– Daniel Grangeiro. Trabalhando em Maceió (AL), atingiu dois aliados de Bolsonaro, o presidente da Câmara Arthur Lira por rachadinha e um desembargador próximo a Humberto Martins, do STJ.

– Antonio Marcos Lourenço Teixeira. Comandava a segurança de Bolsonaro na eleição. Na ocasião, brigou com um motorista que destravou a porta do carro onde Bolsonaro estava a pedido do então candidato, que queria abraçar a multidão. Foi o suficiente para virar desafeto. Neste ano, foi afastado da chefia do Comando de Operações Táticas.

Nossa opinião

  • Lembrança de um político local que mandava prender para a família ir procurá-lo e ele mandar soltar. Contrariar Bolsonaro, os filhos ou os amigos é um risco até para Delegado da Polícia Federal. Adilton, memória da politica local, se lembra dele!. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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