(Leandro Mazzini, na IstoÉ, 12/11/2021)
Moro está arrependido
A estreia de Sérgio Moro, para quem jurou nunca entrar na política, é uma dose de ânimo numa rotina conturbada que o levou próximo à depressão. A amigos que visitou em Curitiba e São Paulo, Moro se disse arrependido de ter entrado no governo de Jair Bolsonaro. Diz a todos que jogou a carreira de juiz no lixo. A conferir os próximos capítulos.
Não existe Ética no Governo
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República atua com benevolência sobre ministros denunciados do governo Bolsonaro. As 10 atas das reuniões de 2021 mostram que os processos foram arquivados. Indicado por Bolsonaro para o STF, o ex-ministro da Justiça André Mendonça, que usou a Lei de Segurança Nacional para investigar e processar críticos do presidente, foi investigado por suposta “desvirtuação da função pública”. Deu em nada. O ministro da Economia, Paulo Guedes, foi alvo de oito processos esse ano, todos na gaveta — com exceção de um recente, denunciado pela offshore em paraíso fiscal. O campeão é o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, alvo de apurações por “utilização indevida de redes sociais”, “manifestação indevida em reunião ministerial” (aqueles vagabundos…) etc. Weintraub recebeu a branda penalidade de “censura ética”. A Comissão argumenta que “todo procedimento instaurado para apurar possíveis infrações às normas éticas é revestido de caráter reservado”.
Comissão de Ética Pública da Presidência arquivou todas as denúncias contra ministros. Maior ‘penalidade’ foi uma ‘censura ética’ a Weintraub.
O peso do Estado numa briga de família
Há um racha num dos maiores grupos empresariais do segmento de bebidas do País, controlado por uma tradicional família. Chama a atenção o fato de um lado da família ter conseguido como aliado um super secretário de Estado, que usa influência e o dinheiro do governo para atacar o outro lado do clã. E como isso acontece? Financiando um blog, que não tem certidão negativa, mas recebe muito dinheiro através de agências contratadas pelo governo. Nessa fórmula mágica, o diretor do mal falado blog, que não recolhe o FGTS de seus colaboradores, mete a mão em verba pública e prejudica o lado da família que não conta com um super secretário.
Empresas de segurança têm 245 mil armas
A negligência na guarda é uma das “significativas” falhas para o roubo, furto ou extravio de armas registradas por empresas de segurança. A informação é de documento enviado pelo Ministério da Justiça e pela Polícia Federal à Câmara dos Deputados. Até o dia 19 de outubro, existiam 245.918 armas ativas na posse de empresas privadas. Nos últimos cinco anos, foi registrada a recuperação de 1.675 armas, de um total de mais de 10 mil roubadas, furtadas ou extraviadas. Segundo a PF, um dos focos de sua ação é o cerco a empresas clandestinas. As legalizadas que reincidem em ocorrências têm licença cancelada.
Kassab aposta tudo em Alckmin
Presidente do PSD, Gilberto Kassab canta a poucos ouvidos que Geraldo Alckmin será o seu candidato ao governo de São Paulo, “estando ou não no partido”. A revelação indica que o PSD pode ter candidatura própria ao Palácio dos Bandeirantes ou compor a coalizão da eventual candidatura de Alckmin por outra legenda. Mas o que as palavras cuidadosas do ex-governador tucano indicam é sua filiação ao PSD. O partido virou uma potência nacional nas mãos de Kassab. A sigla é também a noiva de 2022 na disputa para a Presidência, caso não vingue a pré-candidatura de Rodrigo Pacheco ao Planalto.
TCU com a chave do cofre de Guedes
A privatização da Eletrobrás corre sério risco de atrasar. O TCU analisa o processo e já encontrou uma série de inconsistências. O Tribunal pode determinar que etapas sejam refeitas e, segundo uma fonte que acompanha o caso, não existe prazo de um desfecho para o aval da venda.
Seu dinheiro em Lisboa
Uma comitiva de deputados e senadores com diárias de R$ 1.400,00 pagas pelo Congresso Nacional
no 5 Estrelas Epic Sana, em Lisboa, prestigiou um seminário que se encerra nesse fim de semana na capital portuguesa. O grupo foi capitaneado por Aécio Neves e Kátia Abreu. O evento é bancado pela APEX, que não revelou o valor investido.
As filas da pandemia
Filas enormes, horas de espera, poucos caixas e o tradicional atendimento prioritário para idosos. O brasileiro, que reclama da Caixa e do Banco do Brasil sobre o problema, agora sabe o porquê: 28 mil funcionários do BB estão em teletrabalho. O chamado grupo de risco à Covid-19. A Caixa tem outros milhares, mas não revelou quantos.