Quem está por trás da criminalidade em Patos?

By | 19/11/2021 5:53 pm

(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado)

Mesmo morando distante, estamos sempre “ligados” através das redes sociais, no que acontece em Patos. Mas, na nossa passagem pela cidade, nos últimos dias, fomos abordados por vários ouvintes preocupados com a onda de criminalidade que grassa na cidade de Patos, nos últimos tempos, com até mais de um assassinato por dia. Isto sem contar os assaltos à mão armada!

A maioria dos crimes é atribuída ao tráfico de drogas. As vítimas seriam traficantes brigando pelas “bocas de fumo” e drogas mais pesadas, viciados que não pagam as dívidas contraídas ou “aviõezinjhos” que não fazem as entregas como combinado.

Até aí tudo bem. A explicação tem a sua lógica. Mas a grande pergunta sem resposta é por que não se combate o tráfico de drogas em Patos?

Conversamos com pessoas de vários bairros da cidade. E a conversa é uma só. Todos sabem quem são os chefes do tráfico de cada bairro (quem manda no pedaço), sabem onde funcionam “as bocas” e quem trabalha para os traficantes. Por que só a polícia não sabe de nada? Por que o serviço de “inteligência” da polícia não sabe quem trafica e onde se trafica?

Coisa semelhante acontece com as facções. É público e notório que em Patos existem duas facções de rua: Al Kaida e Estados Unidos, cujo limite de território seria a rua da Baixa. Os participantes de cada facção têm até sinais feitos com os dedos da mão para se identificarem. Todos sabem qual é o território de cada facção e quem são os seus chefes e seus chefetes. Será que só as polícias não sabem também? Onde está o serviço de “inteligência” das polícias?

Há nos dois casos um grande mistério. E não acreditamos que seja incompetência da polícia encarregada da prevenção ou da polícia judiciária, inclusive a federal, que ao longo da história tem mostrado a sua competência e dedicação. Todas têm grandes profissionais.

Não acreditamos também no que muita gente insinua. Que seria uma forma de pressionarem o governo do Estado, no caso da militar e da civil, por melhores condições de trabalho, principalmente na questão da remuneração. A polícia civil reclama que tem os piores salários do país. A polícia militar reclama de que sua carreira não permite uma reforma decente, pois perdem quase a metade do salário quando chegam à idade de se reformar.

A população continua a se orgulhar da dedicação das suas polícias, mas cobra um trabalho mais efetivo, no combate ao tráfico de drogas e à guerra entre facções. Um amigo meu dizia, esta semana, de brincadeira, que os políticos o ano que vêm vão ter trabalho para fazer as suas campanhas. Ninguém vai nem poder fazer o V da vitória que é o sinal de uma das facções. Quem fizer o V da vitória pode ser eliminado pela facção adversária.

Infelizmente, a nossa tão tranquila cidade de Patos, está virando uma “boca quente”! (LGLM)

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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