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By | 26/11/2021 6:29 am

Antivacinas, inverno e flexibilização: o que levou a Europa à quarta onda de covid-19?

Continente enfrenta níveis recordes de contaminação e pode registrar até 700 mil mortes adicionais até março do próximo ano, de acordo com a OMS

A Europa experimenta novamente níveis recordes de casos de coronavírus, com previsão de registrar até 700 mil mortes adicionais por covid-19 nos próximos três meses, de acordo com dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde na última terça-feira, 23.

A quarta onda da pandemia põe fim, ao menos parcialmente, à reabertura que ganhava força no continente, onde restaurantes e casas de shows funcionavam normalmente. Diversos países anunciaram novas restrições, enfurecendo parcelas da população que saíram às ruas para protestar contra as medidas.

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Máscaras voltaram a ser obrigatórias ao ar livre em Portugal; Europa enfrenta quarta onda da pandemia de covid-19 Foto: Armando Franca/AP

Variante Delta

Atualmente, 99% dos casos de covid-19 no mundo são causados pela variante Delta, descoberta em outubro do ano passado na Índia. Altamente contagiosa, a variante é onipresente no continente europeu e uma das principais causas dos picos de contágio recentes, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Estagnação de campanhas de imunização

Na União Europeia, 67,7% da população está totalmente imunizada, embora os países do continente tenham há muito tempo doses suficientes para imunizar toda a sua população.

Há uma verdadeira divisão leste-oeste, segundo dados do Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC). Na Europa Oriental, as taxas de imunização são extremamente baixas: 53% na Polônia, 45% na Eslováquia, 35% na Romênia e 24% na Bulgária. A Europa Ocidental tem melhores taxas de vacinação, embora os dados dentro dela não sejam homogêneos. Irlanda, Portugal, Dinamarca e Espanha, por exemplo, vacinaram cerca de ¾ de suas populações; Holanda, 68%; Alemanha, 67%; Grécia, 61% e Áustria, 58%.

Relaxamento de restrições

Conforme as campanhas de vacinação avançavam e os números de casos e mortes diminuíam, os países europeus começaram a passar por reaberturas econômicas e relaxamento de medidas restritivas — em alguns países, como Portugal, o uso de máscara ao ar livre se tornou opcional, por exemplo.

Hesitantes e antivacinas

Em bolsões da Europa, a resistência à vacina se tornou a longa cauda dos movimentos nacionalistas populistas que sacudiram a política europeia por uma década. Protestos antivacina foram registrados em diversos países, como Itália, França, Holanda e Alemanha. Na Áustria, um recém-fundado partido anti-vacina ganhou três cadeiras em um Parlamento Estadual no norte, há muito um reduto da extrema direita. Na França e na Itália, os pontos críticos anti-vacinais permanecem onde os populistas nacionalistas dominam.

Alemanha vive uma “pandemia dos não vacinados”, alertou o ministro da Saúde, Jens Spahn, no começo de novembro. À época, cerca de 66,8% da população havia se vacinado. Uma pesquisa da Forsa encomendada pelo ministério da Saúde alemão revelou recentemente que 65% dos entrevistados que não estão vacinados não querem “de jeito nenhum” receber a vacina.

Na Europa Central e Oriental, pobreza, falta de educação sanitária e desinformação levam parcelas significativas da população a recusar vacinas contra a covid-19.

Proteção reduzida

É sabido que a eficácia das vacinas diminui com o tempo. De acordo com uma pesquisa citada recentemente na BBC, a Astrazeneca, por exemplo, reduz sintomas de covid em 66% logo após a segunda dose; esse número cai para 47% após cinco meses. No caso da Pfizer, os números caíram de 90% para 70%. Como as campanhas de vacinação na Europa se iniciaram no começo do ano e as doses de reforço ainda não estão estabelecidas, uma parcela significativa da população pode estar com proteção reduzida.

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Category: Blog

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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