A exigência de prescrição médica para vacina crianças só vai dificultar e atrasar a vacinação

By | 24/12/2021 9:30 am

Queiroga diz que governo vai vacinar crianças, mas exigirá prescrição médica

Segundo o ministro da Saúde, responsáveis também terão que assinar termo de responsabilização para imunização

Após abrir uma consulta pública para avaliar se autoriza a vacinação infantil contra a covid-19 no País, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quinta-feira, 23, que o governo federal vai vacinar crianças de 5 a 11 anos, mas deve requisitar prescrição médica e a assinatura de um termo de consentimento pelos pais. As exigências não existem em outros grupos que já tiveram a vacinação autorizada.

Segundo o ministro, o modelo que vem sendo adotado na Alemanha é o ideal. Lá, disse ele, crianças com comorbidade reconhecida pelos médicos têm prioridade, mas depende de autorização do responsável. “(Para) as sem comorbidades, há necessidade de prescrição médica”, afirmou o ministro em entrevista na sede do ministério.

Queiroga diz que óbito infantil pela covid não pede decisão emergencial; 1.148 crianças já morreram

“O documento que vai ao ar é um documento que recomenda a vacina da Pfizer. Nossa recomendação é que não seja aplicado de forma compulsória. Essa vacina estará vinculada à prescrição médica, e a recomendação obedece às orientações da Anvisa“, disse Queiroga. Questionada, Anvisa informou que não está nas recomendações que a vacina só possa ser aplicada em crianças após recomendações médicas.

Na entrevista, mesmo após anunciar como se dará a imunização infantil, Queiroga voltou a defender a consulta pública que discutirá com a sociedade a vacina para crianças. Segundo ele, o modelo ideal é o modelo “que a sociedade de cada país decide”. “Os dados que embasaram a decisão [de vacinas crianças] são iniciais, então cabe sensibilidade ao caso”, afirmou.

 

Análise
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, adiou para 5 de janeiro a decisão sobre a vacinação infantil contra a covid no Brasil  Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino – 08/10/2021

De acordo com Queiroga, a decisão de como deve ser a vacinação de crianças será anunciada no dia 5 de janeiro, “se todos concordarem com o que estamos colocando em consulta pública”. Logo que a vacina seja colocada no Programa Nacional de Imunizações, Queiroga disse que “em curto espaço de tempo” haverá doses para as crianças. A consulta pública, prevista para entrar no ar nesta quinta-feira, ainda não estava disponível no site do Ministério da Saúde.

Aval científico. Como mostrou o Estadão, a decisão do Ministério da Saúde de iniciar nesta quinta-feira, 23, uma consulta pública para colher opiniões sobre a vacinação infantil contra covid-19 no País mesmo depois de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter autorizado a imunização na faixa etária de 5 a 11 anos é criticada por especialistas. Na visão deles, a consulta serve apenas para atrasar a aplicação das doses, uma vez que não foi adotada em outros momentos da pandemia.

A vacinação de crianças de 5 a 11 anos com doses pediátricas da Pfizer foi aprovada pela Anvisa na quinta-feira passada, seguindo o que já havia sido feito por autoridades sanitárias dos Estados Unidos e da Europa há mais de um mês.  Além da Anvisa, a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), órgão consultivo do Ministério da Saúde, já afirmou ser favorável à vacinação infantil no Brasil.

Exigência cria desigualdades, diz infectologista

Para a infectologista Raquel Stucchi,  da Sociedade Brasileira de Infectologia, a decisão de vacinar crianças somente com prescrição médica vai gerar uma desigualdade, tendo em vista que crianças com acesso a clínicas privadas conseguirão receitas de forma mais fácil do que aquelas que necessitam do SUS.

“A exigência de receita médica para crianças serem vacinadas contra covid-19 é um entrave e aumentará ainda mais a desigualdade no nosso país, pois poucas serão as crianças que terão acesso a esta prescrição”, afirma ela, professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Confira aqui mais informações sobre a consulta pública.

Nossa opinião

A exigência de prescrição médica para vacinar as crianças, foi a forma encontrada pelo subserviente Ministro da Saúde, para dificultar a vacinação de crianças, combatida pelo seu patrão Bolsonaro, conhecido inimigo da vacina. A desculpa de Marcelo Queiroga, vergonha dos paraibanos, é que não precisa vacinar crianças pois morreram muito poucas até agora, apenas, segundo as estatísticas, apenas 1.148 crianças. Talvez nenhuma da família dele. (LGLM)

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Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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