Quem foi até agora o pior ministro da Saúde do governo Bolsonaro

By | 06/01/2022 11:40 am

(RICARDO NOBLAT, no  BLOG DO NOBLAT, em 05/01/2022)

Parada dura escolher quem foi o pior. Em três anos de governo, o presidente Jair Bolsonaro teve quatro ministros da Saúde. Pela ordem: Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich, Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga, o atual. Três médicos, um, Pazuello, general, autor da frase: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”.

Mandetta tentou mandar e acabou dando-se mal com o início da pandemia. Bolsonaro foi contra tudo o que ele recomendou, e demitiu-o. Aconteceu o que Mandetta previu se o governo não combatesse a Covid-19 a tempo e com eficiência. O presidente deu passe livre ao vírus pensando que assim salvaria a economia.

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Não salvou. Morreram até aqui mais de 620 mil pessoas. O número de mortos seria menor se o presidente da República não tivesse empurrado com a barriga a compra de vacinas. Teich pediu demissão com menos de 30 dias no cargo. Recusou-se a receitar cloroquina como queria Bolsonaro.

Pazuello fez tudo o que o seu mestre mandou. Especialista em logística militar, despachou para o Acre lotes de medicamentos destinados ao Amazonas. Cercou-se de militares tão incompetentes quanto ele, que admitiu nunca ter ouvido falar sobre o SUS. Para não perder a cabeça, Bolsonaro entregou a dele.

De longe, poderia ser considerado o pior dos ministros, mas o título vai para… Queiroga! Pazuello era um ignorante em matéria de saúde pública que se comportava como vassalo. Queiroga é médico, entende do riscado, e é mais inteligente do que o general, mas tão vassalo quanto. Tem bom papo. É muito mais perigoso.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu parecer favorável à vacinação de crianças entre 5 e 11 anos. Como médico, Queiroga sabia que ela estava certa. Como ministro, pressionado por Bolsonaro, retardou o início da vacinação. Para isso, abriu uma consulta pública cujo resultado era mais do que previsível.

Com o mesmo objetivo, promoveu um debate entre peritos no assunto e falsos peritos. Possivelmente hoje, deverá anunciar que será feita a vontade da Anvisa, mas não só dela. A vontade de agências universais de saúde. Nos Estados Unidos e em países europeus, a vacinação infantil está a pleno vapor.

Queiroga sonha em candidatar-se ao Senado ou à Câmara dos Deputados por seu Estado, a Paraíba. Se for, deixará o governo no final de março próximo. Isso, contudo, não deve servir de consolo para ninguém. Para seu lugar, virá outro subserviente à sua imagem e semelhança. O problema é Bolsonaro.

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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