(Leonardo Sakamoto, Colunista do UOL, 08/01/2022)
8.dez.2021 – O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante evento em Brasília Imagem: Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo
Por outro, a sabotagem da vacinação infantil perpetrada por ele, por seu ministro da Saúde e aliados, como a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), que chegou ao disparate de divulgar dados de médicos racionais para que sofressem assédio nas redes sociais, ajudaram a jogar cortinas de fumaça. Tanto sobre a falta de ações do governo federal perante às chuvas quanto diante do caos na economia.
Após ter ignorado a Bahia e ido tirar férias no litoral de Santa Catarina, divertindo-se com jet ski e carros de corrida, Bolsonaro armou um carnaval no hospital, aproveitando-se de uma obstrução intestinal causada por um camarão não mastigado. A saúde do presidente requer cuidados após a facada. Mas ele usou a própria vitimização para esconder do noticiário as 26 mortes, 520 feridos e 850 mil atingidos pela chuva no Sul da Bahia – números pelos quais estava sendo cobrado.
Segue assim um padrão, uma vez que a sua internação de julho de 2021 foi utilizada para distrair as denúncias contra seu governo trazidas pela CPI da Covid.
Além disso, o ano começa com perspectivas de crescimento zero ou bem próximo disso, baixa geração de postos de trabalho de qualidade e queda no rendimento médio dos brasileiros. O que afeta principalmente a população mais vulnerável, grupo que apoia majoritariamente o ex-presidente Lula segundo as pesquisas de intenção de voto.