(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado em Notícias da Manhã)
Bolsonaro está mais perdido do que cego em tiroteio, comprando briga de todo o lado.
Continua brigando com a classe científica ao continuar a negar os danos provocados pela pandemia e a importância da vacina no combate ao vírus da COVID 19.
Agora está menosprezando a importância da vacinação de crianças contra a COVID, contrariando os cientistas e governantes de todo o mundo civilizado.
Nesta briga contra a vacina de crianças, comprou uma briga com o diretor-presidente da ANVISA, que além de médico é contra-almirante reformado da Marinha, e que por ter mandato fixo, não pode ser demitido por ele. Barra Torres o contestou esta semana e exigiu que se retratasse das acusações que lhe fez.
Há vários meses vem afrontando a PETROBRÁS, dirigida por um general que foi nomeado por ele próprio, mas que ele queria manobrar, esquecendo que a PETROBRÁS é uma empresa e não uma repartição pública, como o general lembrou a ele em nota divulgada esta semana.
O Comando do Exército baixou medidas reconhecendo a importância do combate à pandemia e proibindo militares de divulgarem “fake news”, contra a vacinação. Além do mais está estudando medidas para impedir a renovação de contratos de militares temporários que se recusaram a tomar a vacina, influenciados, provavelmente, pelo negacionismo do próprio presidente.
Bolsonaro, nos últimos dias, vetou uma lei que permitia a renegociação dos débitos dos microempreendedores e as micro e pequenas empresas, alegando falta de cobertura no orçamento, enquanto não economiza recursos para comprar votos do Centrão, nem paparicar os servidores públicos militares.
E para atender a esses, brigou com o funcionalismo público, ao negar reajuste para a maioria e propor ao Congresso um aumento apenas para os servidores policiais, um dos seus principais grupos de sustentação.
E para completar, nas últimas horas, circulou a notícia de que deseja impingir ao Centrão, um candidato a vice na sua chapa, que não seria bem aceito pelos círculos políticos que o apoiam. O pretenso candidato a vice seria o seu “pau mandato” e atual Ministro da Defesa, general Braga Neto, talvez como forma de ameaçar políticos e eleitores com a presença na chapa de um testa-de-ferro seu, que impediria, de futuro, qualquer tentativa de processo de impeachment.
Enquanto isso, apesar da pequena queda no desemprego, a inflação continua aumentando e as expectativas econômicas para o próximo ano, vão de mal a pior.
Tudo isso, quando sua aceitação popular cai a cada dia que passa. Suas atitudes tem sido consideradas como atitudes de quem está desesperado com a iminência de uma derrota nas eleições de outubro deste ano. Enquanto muitos políticos de sua base já se preparam para abandonar o barco que afunda, talvez o motivo maior de sua ameaça de colocar Braga Neto como companheiro de chapa.