Popularidade de Bolsonaro cai entre os mais ricos e escolarizados

By | 14/01/2022 10:42 am

Inflação alta e má condução da pandemia aumentam a rejeição ao presidente

(Ingrid Soares e Bernardo Lima*, postado em 14/01/2022)
*Estagiário sob a supervisão de Cida Barbosa
 (crédito: Alan Santos/PR)

Com planos de reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem visto sua popularidade em queda. As pesquisas de intenções de voto apontam que o chefe do Executivo tem perdido apoio de grupos que foram importantes para a vitória dele no pleito de 2018. Entre as principais queixas dos entrevistados, estão a alta da inflação — que fechou 2021 em 10,06%, maior nível desde 2015, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — e a condução da pandemia, que levou à morte mais de 620 mil pessoas.

De acordo com a pesquisa, a alta da inflação é o fator que rende a maior desaprovação a Bolsonaro, com 80% de rejeição dos entrevistados. Apenas 18% aprovam o jeito como o presidente está lidando com o problema — 2% não souberam ou não responderam.

Analista da Consultoria de Risco Político Dharma Politics, Raquel Borsoi observou que a queda de popularidade de Bolsonaro se deve, principalmente, à má gestão da economia em meio à covid-19. “Quando pensamos no que realmente pesa para que o eleitor decida o seu voto, a variável de destaque apontada pela própria pesquisa Genial/Quaest é a economia. Na consultoria, temos uma máxima: ‘Geladeira cheia, voto no governo; geladeira vazia, voto na oposição'”, afirmou.

Para Carolina Botelho, cientista política do Iespe, a recuperação da economia é o que poderia dar uma chance de reeleição ao presidente, o que, segundo ela, parece improvável. “A economia é um fator que poderia reverter a condição dele, mas não vem dando sinais de recuperação, pelo menos com o fôlego necessário para uma reeleição. Estamos com índices de inflação e desemprego altos, o poder de compra menor, cesta básica encarecida.”

A rejeição a Bolsonaro também cresceu entre os mais escolarizados. Conforme a pesquisa, 54% dos entrevistados com ensino superior incompleto ou mais avaliam negativamente a gestão do presidente. Em dezembro, esse número ficou em 49%.

“Creio que a queda de Bolsonaro em setores mais escolarizados está diretamente relacionada ao fato de que o governo falhou em muitas das demandas desses setores. De uma maior liberalização da economia, passando pelo rompimento com o compromisso no combate à corrupção e a própria gestão da pandemia. Isso gerou um desgaste, fez com que muitos que votaram em Bolsonaro se desiludissem”, sustentou Borsoi.

O cientista político e diretor da Royal Consultoria e Marketing Político, Rócio Stefson, destacou que, em 2018, a tendência era votar em um candidato “apolítico”, o que já começou a mudar nas eleições municipais. “Em 2020, tivemos uma mudança nesse panorama. As pessoas optaram por votar em candidatos que tivessem mais experiência em gestão pública. Isso vai se repetir e até aumentar em 2022. O eleitorado deve procurar um candidato que já tem experiência em gestão, Lula vem se destacando nas pesquisas de intenção de voto”, frisou.

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Category: Blog

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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