Entrevista exclusiva: Pedro Cunha Lima fala sobre pré-candidatura a governador da PB e critica gestão de João Azevedo

Inicialmente, a reportagem questionou sobre a receptividade do povo sertanejo para com ele, visto que tem percorrido alguns municípios do sertão da Paraíba. Pedro disse que o acolhimento das pessoas tem sido motivador para a sua caminhada.

“Primeiro agradecer ao Blog do Jordan Bezerra pela conversa e pelo convite. Eu acompanho o seu jornalismo e vibro quando vejo pessoas produzindo conteúdo e levando ao público o debate importante para a democracia. Tem sido estimulante andar pelo Sertão. Nós passamos por São Bento, fomos por Barra de Cima, passamos por Brejo do Cruz, Mato Grosso, Cajazeiras e outros municípios da região, e onde passamos percebemos que temos um papel a cumprir. E estou muito pronto, preciso trazer um novo modelo de gestão”, disse o pré-candidato.

O deputado Pedro Cunha Lima criticou o exagerado orçamento da Assembleia Legislativa. Segundo ele, deveria ter uma melhor finalidade, pois com esses recursos daria para ajudar muitas famílias no âmbito social.

“Está na hora de enfrentar algumas coisas que estão erradas. O orçamento da ALPB é de 339 milhões de reais, recursos que deixam de ir para a APEA em Patos, deixa de assistir à pessoa que não tem acesso à água. Tira um pedaço desse orçamento e leva para outras finalidades. Definitivamente, não é o deputado que está precisando, mas o povo, que passa fome e passa sede”, denunciou Pedro.

O pré-candidato falou sobre possíveis alianças para a majoritária e a importância de ouvir as pessoas e as lideranças, para a construção de um novo projeto para a Paraíba. Pedro Cunha Lima destacou a importância, naturalmente, das alianças políticas com as lideranças, mas ressaltou que o mais importante é estar perto e conectado com as pessoas, pois elas são conhecedoras das carências que o estado vivencia. Disse também que quer mostrar às pessoas quem é Pedro de verdade, não só na fala, mas, sobretudo, nas atitudes. Por exemplo, quando abdicou do Auxílio Moradia e outras regalias de que ele tem direito como deputado federal e reverteu para instituições de cuinho social.

Questionado sobre uma fala deputado federal Ruy Carneiro, o seu aliado, que defendeu uma possível aliança entre ele e Veneziano Vital no segundo turno, para enfrentar o atual governador, Pedro concordou com o pensamento de Ruy ao dizer que, se muitos estão se apresentando para enfrentar o governador, é porque, de fato, estão insatisfeitos.

“É um movimento natural. Quem está no campo das oposições é porque não concorda com o que o governo faz. Eu não concordo que a Paraíba tenha o pior salário do Brasil para o nosso policial, e que ele não tenha o direito de se aposentar sem perder quase 50% de seu salário. Eu não concordo nem com a postura do governo, a maneira de lidar, que brinca com a inteligência da polícia, ao afirmar que não foi ele quem criou, ao se referir à bolsa desempenho. Teve o tempo todo para corrigir, se está errado, corrija”, declarou o deputado.

Com relação ao seu pai, ex-governador e ex-senador Cássio Cunha Lima, e seu irmão Diogo Cunha Lima, garantiu que estão apoiando o seu projeto político e que nenhum deles será candidato em 2022.

“Esse é o tipo de campanha onde todos cumprem um papel muito importante. Nós fazemos um trabalho e observamos como está posto o cenário, no sentido de que o engajamento de todo mundo será fundamental. É importante também a participação do meu pai, o ex-senador Cássio, que naturalmente está junto. Ele não disputa eleições esse ano, assim como meu irmão Diogo também não disputa eleição este ano”, garantiu Pedro.

O pré-candidato destacou o potencial econômico e as belezas naturais da região do sertão, como também confirmou que esta região merece um olhar especial, como a Paraíba inteira, para um desenvolvimento do estado. Defendeu a construção do Hospital de Trauma do Sertão.

Por fim, fez uma breve avaliação da gestão do governador João Azevêdo. De acordo com Pedro, o governo finaliza como iniciou: fazendo só promessas.

“É retórica política. Ele fez o quê? Qual a marca do governo? Todo governo, em regra, deixa uma marca de alguma ação. O atual governo inicia o último ano de gestão como se fosse o primeiro: anunciando. Então para mim já está muito claro que as pessoas percebem que o atual governo não atende às necessidades do estado”, disse o deputado federal.

Assista à entrevista na íntegra no vídeo abaixo: