Lula antecipa lógica do 2º turno para alcançar além de Alckmin (com comentário)

By | 27/01/2022 8:33 am

Petista aproveita rejeição a Bolsonaro e faz sinal precoce de abertura à centro-direita

(Bruno Boghossian, colunista da Folha, 26.jan.2022, seguido de comentário nosso)

Bruno BoghossianPouco depois de um encontro com Lula, em maio passado, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez juras de lealdade ao PSDB. Disse que apoiaria um nome de seu partido à Presidência em 2022, mas acrescentou que, se o candidato tucano não chegar ao segundo turno, votará em qualquer um contra Jair Bolsonaro –”mesmo o Lula”, completou.

O PT age para antecipar essa lógica do segundo turno. A ideia é aproveitar o favoritismo de Lula apontado pelas pesquisas, a descrença com a decolagem da tal terceira via e a sólida rejeição a Bolsonaro para atrair nomes de centro e centro-direita para o campo petista ainda nas etapas iniciais da campanha deste ano.

A aproximação de Lula com figuras históricas do PSDB segue esse princípio. O petista tem buscado políticos que foram seus adversários no passado, mas poderiam apoiá-lo caso a corrida mantenha o desenho de um embate direto entre ele e Bolsonaro. Além de FHC e Geraldo Alckmin, Lula já se encontrou com Aloysio Nunes, Arthur Virgílio, Tasso Jereissati e Marconi Perillo.

Ainda que muitos tucanos descartem um alinhamento com Lula agora, há consenso nos dois lados de que o cenário atual requer a construção de uma base mínima para derrotar o atual presidente. Os petistas gostariam que uma frente ampla se desenhasse ainda no primeiro turno (caso outros candidatos se mostrem inviáveis), mas topam deixar a porta aberta para o segundo turno.

Petistas e alguns dos personagens de centro-direita acreditam que esse processo tende a transbordar da campanha eleitoral para um eventual governo. Aloysio Nunes disse à Folha que, durante um encontro na semana passada, o próprio Lula disse que precisará de “um mutirão para governar” se for eleito.

Nossa opinião

A movimentação de Lula é das mais sensatas. Quem receber o Brasil, depois do desgoverno de Bolsonaro, vai ter muito trabalho para colocar o país nos eixos. Lula, o PT e partidos de esquerda não terão condições de governar se não contarem com o apoio dos partidos de centro-esquerda. E é melhor se aproximar deles agora do que “pedir penico” depois de eleito. Além do mais, se estes partidos tiverem juízo e uma terceira via não decolar, o caminho será apoiar Lula já no primeiro turno, para despachar Bolsonaro de uma vez.  (LGLM)

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Category: Blog

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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