Aliados do presidente Jair Bolsonaro se deram ao trabalho de avaliar todos os movimentos públicos dele desde que estourou a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, na quinta-feira (24/02). A percepção geral é de que se escancarou de vez um presidente fraco, fanfarrão e preguiçoso.
No entender desses aliados, o momento era de o presidente ter um comportamento sóbrio, conciliador e, sobretudo, ciente de seu papel de líder, mantendo intenso diálogo com chefes de Estado para não só ressaltar a importância do Brasil no contexto global, mas mostrar que ele têm trânsito entre os que detêm poder.
A consolidação dessa péssima imagem de Bolsonaro, afirmam aliados, chega em um momento ruim, pois o presidente vinha melhorando seu desempenho na pesquisas de intenção de votos, enquanto o principal concorrente, o ex-presidente Lula, do PT, está estacionado ou caindo lentamente.
A gota d’água para a decepção dos aliados foi a ida de Bolsonaro para Guarujá no carnaval. O presidente mostrou que não está nem aí para a guerra que pode trazer consequências terríveis para o Brasil, como recessão e mais inflação. Prefere andar de lancha e posar para fotos com apoiadores.
Agora, dizem aliados, é esperar pelas próximas pesquisas, que já captarão os impactos da guerra na percepção dos brasileiros. O mundo inteiro registra protestos contra a Rússia. Bolsonaro, pelo seu silêncio ensurdecedor, continua mandado sinais de apoio ao ditador Vladimir Putin.