Em 2007, nos Estados Unidos, o jovem Daniel Petric, de 16 anos, matou a mãe e deixou o pai gravemente ferido ao usar a arma do pai para cometer o crime. Os pais haviam impedido o filho de continuar jogando o videogame Halo 3. O advogado do adolescente, na defesa, relatou que o garoto estava fora de si, pois era dependente do jogo. Casos semelhantes se sucederam pelo mundo, inclusive com dezenas de mortes e massacres que repercutiram em todo o mundo e foram parar nas telas dos cinemas.
Na fatídica tarde deste sábado, dia 19, por volta das 14h00, o filho adolescente de 13 anos do casal Iranilda de Sousa e Benedito da Silva Araújo acabou provocando uma tragédia familiar sem precedentes na história de Patos. O garoto matou a mãe, o irmão de sete anos e deixou gravemente ferido o seu pai, que precisou ser transferido para Campina Grande diante de um projétil alojado em uma vértebra da coluna.
A psicóloga Rosely Sayão, que participou de um estudo sobre os jogos violentos e suas consequências para os adolescentes, relatou: “Deixar crianças jogarem jogos violentos com personagens que praticam violência em perspectivas humanas quase reais, confundem a cabeça da criança que ainda não sabe diferenciar realidade da fantasia…”. Existem outros pesquisadores que apontam que a “violência virtual dos jogos, satisfaz a agressividade natural dentro de qualquer ser humano, inclusive em crianças”.
Um estudo mostra “os impactos negativos que os jogos eletrônicos violentos, se jogados em excesso, causam na saúde, educação e no desenvolvimento sadio”, com apoio dos dados apresentados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A organização também incluiu o “transtorno do jogo” ou vício em videogame como um transtorno de saúde mental legítimo.
A tragédia familiar na cidade de Patos serve de alerta máximo para todos. A atual geração de jovens e adolescentes perdeu parte da interatividade pessoal e passou a viver em um mundo virtual e perigoso. Esse mundo paralelo desloca a juventude da vida real e traz sérias consequências para o seu desenvolvimento intelectual, amoroso, fraterno e de afetividade.