A facada como cabo eleitoral (com comentário)

By | 30/03/2022 7:27 am

Bolsonaro não deixará que ela seja apenas uma lembrança distante do último pleito

(Mariliz Pereira Jorge, na Folha,

Mariliz Pereira JorgeA facada de 2018 estará presente na eleição de 2022. Jair Bolsonaro não deixará que ela seja apenas uma lembrança distante, ainda que sombria, do último pleito. A superação faz parte da imagem que ele cultiva do homem que se sacrifica pelo povo e combate a “volta do comunismo” com a própria vida.

Nem 24 horas depois de mais um evento com cara, cores e discurso de lançamento de campanha, só permitida a partir do dia 16 de agosto pela legislação eleitoral, o presidente foi internado devido a “dificuldade de esvaziamento gástrico”. Passou a noite no hospital, onde ganhou dieta líquida, recebeu alta na manhã seguinte e embarcou para o Mato Grosso.

Parecia perfeitamente saudável nos vídeos divulgados em suas redes sociais. Mas a internação, mais declarações de apoiadores, inclusive do filho Flávio Bolsonaro, sobre as “consequências da tentativa de homicídio por um ex-militante do PSOL”, fizeram o assunto voltar a ser um dos mais comentados nas redes sociais, uma base importante para o bolsonarismo.

A Polícia Federal já concluiu dois inquéritos que apontam que Adélio Bispo agiu sozinho, mas o clã Bolsonaro não aceita o resultado das investigações e investe na narrativa de que foi um complô da esquerda. Esta por sua vez tem parte da militância que alimenta a fantasia de que a facada foi armação.

Bolsonaro tem obviamente a saúde debilitada, mas não toma conta dela, caso contrário não teria se entupido de camarão e baixado no hospital em janeiro. O entra e sai de hospitais causa forte comoção em sua base. A facada já garantiu espaço como cabo eleitoral.

Nossa opinião

Em comentário  na última segunda-feira a notícia que dava conta da hospitalização de Bolsonaro na véspera, já antecipávamos opinião semelhante:  “Mas ninguém se espante se a “peixeirada” de 2018 continuar sendo usada até a derrota em 2022“. (LGLM)

Comentário

Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *