Ao novo presidente da Petrobras Bolsonaro promete privatizar a estatal (com comentário)

By | 30/03/2022 7:56 am

(Tales Faria, Colunista do UOL 29/03/2022, seguido de comentário nosso)

 

Em sua conversa com Adriano Pires, para convencer o futuro presidente da Petrobras aceitar o cargo, Jair Bolsonaro (PL) prometeu privatizar a estatal caso seja reeleito. Embora a equipe econômica não morra de amores pelo escolhido, o ministro da Economia, Paulo Guedes, ficou empolgado quando foi informado pelo presidente de que o indicado será encarregado da privatização da empresa.

Tanto para Guedes como para Pires, Bolsonaro disse que a estatal lhe dá “muita dor de cabeça” e que está convencido de que o melhor é se livrar da empresa.

Bolsonaro teme, no entanto, perder eleitores se assumir publicamente que irá privatizar a maior e mais respeitada estatal do país caso seja reeleito. Mas o presidente tem alimentado essa promessa nos bastidores como forma de atrair o apoio de uma parcela do empresariado para sua campanha.

O próprio Paulo Guedes tem-se encarregado de difundir a promessa nas conversas reservadas com empresários. O ministro argumenta que não teve como fazer as privatizações que pretendia, mas que, num eventual segundo governo Bolsonaro, essa será a principal prioridade.

Adriano Pires é um defensor ardoroso da privatização. Segundo ele, enquanto o governo for controlador da estatal, a empresa tenderá a atender os interesses monopolistas da corporação, composta por empregados e acionistas, em detrimento dos interesses do país. A mesma argumentação é defendida por Paulo Guedes.

Durante a montagem do governo Bolsonaro, em 2018, o economista chegou a ser cotado para ministro de Minas e Energia. Sofreu resistência do já escolhido ministro da Economia, então poderoso e apelidado pelo presidente de “Posto Ipiranga”, por onde tudo passaria no governo.

Guedes queria incorporar as atribuições da área energética à sua pasta. Mas Bolsonaro preferiu colocar um militar, o almirante Bento Albuquerque, para barrar suas pretensões exageradas.

Adriano Pires foi professor adjunto do programa de Planejamento Energético da Coppe-UFRJ e é diretor-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), consultoria que assessora empresas e associações do setor de energia.

Na equipe econômica, ele é classificado como lobista. Segundo o MME, o economista atua por meio do CBIE “coordenando projetos e estudos para a indústria de gás natural, a política nacional de combustíveis, o mercado de derivados de petróleo e gás natural”.

Em 2021, ele classificou como “gol contra” a oposição do Ministério da Economia e de Paulo Guedes à renovação antecipada do contrato de concessão da Comgás, distribuidora do grupo Cosan para a qual teria prestado consultoria.

Nossa opinião

Que ninguém pense que a privatização da Petrobrás vai garantir o barateamento dos combustiveis. Uma empresa privada terá o mesmo interesse no lucro que tem a atual empresa de economia mista e vai calcular o preço do combustível levando em consideração seu custo em dólar. A diferença é que parte do lucro atual pertence ao Governo Federal e com a privatização todo lucro vai para os investidores privados. O interesse de Bolsonaro, Paulo Guedes e o novo presidente da Petrobrás, Adriano Pires, é beneficiar os empresários vendendo-lhes empresas públicas lucrativas, por que as deficitárias não interessam a ninguém. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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