O PSDB busca retomar o protagonismo na política de Patos, após a recente filiação do Juiz Ramonilson Alves, a legenda, para concorrer ao cargo de deputado estadual nas eleições de 2022.
Com a histórica tradição construída pelo grupo do ex-prefeito Dinaldo Wanderley (Cabeção), que sempre dividiu as atenções do cenário político de Patos, com o grupo Mota, da ex-deputada Francisca Mota, Hugo Mota, Nabor e seus aliados, o partido teve seu último grande feito na cidade com a eleição do prefeito Dinaldo Filho, em 2016.
O afastamento de Dinaldinho do mandato de prefeito, em 14 de agosto de 2018, e a morte de Dinaldo, em 24 de maio de 2020, fez o partido deixar a cena política de Patos, ficando de fora das eleições municipais de 2020, quando sequer formou seu grupo de candidatos a vereador, para disputar o pleito.
Agora, com o cenário se invertendo a uma possível polarização entre João Azevêdo e Pedro Cunha Lima, que traz consigo a herança dos ex-governadores e senadores Ronaldo e Cássio Cunha Lima, talvez a filiação de Ramonilson ao PSDB tenha unido o útil ao agradável, visto que no Solidariedade, pra onde iria, não seria protagonista o quanto necessário para lhe assegurar uma votação mais robusta, e a consequente disputa do mandato em melhores condições.
Talvez, a ida do juiz Ramonilson para o PSDB, também represente a união de forças entre o grupo de Ramonilson e o eleitor historicamente Dinaldista, que de forma natural busca uma alternativa para não votar em Francisca, ou na opção apresentada pelo grupo Mota, para deputado estadual, até por uma questão de empatia política.
Por outro lado, é bom salientar que a disputa de 2022 não se trata apenas de uma “briga”, doméstica pelo eleitorado de Patos, com Francisca, pois é necessário assegurar os votos de casa e evitar uma eventual invasão ainda maior de candidatos forasteiros dentro do nosso reduto, além de compensar a votação não conseguida em Patos, com bases políticas articuladas em outros municípios da região de Patos e do estado.
Voltar ao protagonismo para o PSDB, representa apresentar uma candidatura capaz de polarizar a disputa do cargo de deputado estadual, para novamente passar ao eleitor de Patos, a ideia de que o partido voltou a cena e com um candidato de tamanho e representatividade, fato que perdeu nos últimos anos.
Para isso, será necessário entre outros fatores, buscar votos casados ou descasados com os candidatos da majoritária, embora a maioria sejam de aliados diretos, é claro, mas sobretudo, recuperar a penetração histórica do grupo na grande massa de eleitores, que viam em Dinaldo uma referência para confiar o voto, mas que não se sentiram representados nas eleições de 2018 e 2020.
Nossa opinião
Muito lúcida a opinião do confrade Genival Júnior, um dos mais lúcidos dos nossos atuais comentaristas políticos. Ramonilson tem tudo para comandar a oposição na cidade de Patos. É um nome novo na política, competente, independente, de idoneidade inatacável. O grupo Cunha Lima tem que respeitar a sua candidatura natural a representante de Patos e região, evitando tentar impingir, aos eleitores patoenses e da região, outros nomes que dividam o eleitorado de oposição e que nada têm a contribuir com a representatividade da nossa a região. Ramonilson, de sua parte, deve ganhar as ruas, levando a sua mensagem de renovação política num corpo a corpo cansativo, mas imprescindível para se fazer conhecido como a nova liderança de que Patos necessita, representando neste contato com o povo, aquilo que nosso amigo, o saudoso Dinaldo Wanderley, exerceu, tão espontaneamente, nos últimos trinta anos, desde a memorável campanha de 1992, quando, por pouco, não se elegeu prefeito de Patos pela primeira vez. Elegeu-se depois nosso prefeito duas vezes, duas vezes votado para deputado estadual, eleito uma vez e derrubado numa segunda vez por acusação depois derrubada pela própria Justiça, além de eleger deputada sua esposa Edina e posteriormente seu filho Dinaldinho deputado e prefeito. Foi dele que ouvi, pela primeira vez, os maiores elogios a Ramonilson, quando se anunciou a sua pré-candidatura a prefeito em 2020. (LGLM)